Brasil
Fiocruz alerta que terceira onda pode representar crise sanitária ‘ainda mais grave’
Em boletim do Observatório Covid-19, pesquisadores destacam que Brasil tem ‘ligeira redução’ nas taxas de mortalidade e na ocupação de leitos de UTI para a doença em alguns estados, mas casos continuam elevados.
O Brasil registrou uma “ligeira redução” nas taxas de mortalidade pela Covid-19 nas últimas duas semanas, mas a incidência de casos se mantém elevada, assim como os valores de positividade dos testes para diagnóstico da doença. As informações são do mais recente boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira.
Segundo a Fiocruz, na semana entre 2 e 8 de maio, também se observou uma redução da ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a doença em grande parte dos estados.
No entanto, os pesquisadores afirmam que o conjunto de indicadores que vêm sendo monitorados pelo Observatório Covid-19 mostram que ainda há uma intensa circulação do vírus no país. “A pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo das próximas semanas, além de dar oportunidade para o surgimento de novas variantes do vírus devido à intensidade da transmissão”, informa o boletim.
Por isso, apesar da ligeira redução nos indicadores de criticidade da pandemia, a manutenção de um alto patamar exige que sejam mantidos os cuidados de prevenção contra o coronavírus, afirmam os pesquisadores da Fiocruz. “Uma terceira onda agora, com taxas ainda tão elevadas, pode representar uma crise sanitária ainda mais grave”, alertam os autores.
Ocupação de leitos de UTI
Segundo a Fiocruz, entre os dias 3 e 10 de maio, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentaram quedas “relevantes” na região Norte, com o Acre e o Amazonas deixando a zona de alerta.
No Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo também saíram da zona de alerta crítico. O Rio de Janeiro, que entrou na zona crítica um pouco mais tarde do que os outros estados da região nessa fase recente da pandemia, agora é o único que permanece nela.
No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e o Distrito Federal apresentaram quedas no indicador e Mato Grosso deixou a zona de alerta crítico. O Nordeste manteve “relativa estabilidade”, com alguma melhora na ocupação de leitos no Maranhão e Ceará e permanência de cinco estados com taxas de 90% ou mais.
Na Região Sul, o Rio Grande do Sul manteve a tendência de queda, diferente dos outros estados, que continuaram com taxas de ocupação superiores a 90%.
Sete estados ainda encontram-se com taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Paraná e Santa Catarina. E a mesma ocupação elevada foi observada em sete capitais: Porto Velho (92%), Teresina (96%), Natal (92%), Aracajú (99%), Rio de Janeiro (93%), Curitiba (92%) e Goiânia (92%).
‘Ligeira’ queda nas taxas de letalidade
De acordo com o boletim, entre os dias 2 e 8 de maio foram registrados valores ainda altos de óbitos por Covid-19, próximos à marca de 2,1 mil mortes diárias. E foram notificados no país uma média de 61 mil casos diários.
“O número de casos aumentou ligeiramente, a uma taxa de 0,3% ao dia, enquanto o número de óbitos por Covid-19 foi reduzido a uma taxa de -1,7% ao dia, mostrando uma tendência de ligeira queda, mas ainda não representa uma tendência de contenção da epidemia”, informa a Fiocruz.
Também foi observada uma pequena queda nas taxas de letalidade, que, segundo os autores, pode indicar um pequeno aumento da capacidade dos serviços de saúde no diagnóstico por meio de testes e tratamento hospitalar dos casos graves da doença.
Medidas de proteção e vacinação
Os pesquisadores destacam que somente medidas como evitar aglomerações e interação social em ambientes fechados e pouco arejados, e a intensificação da campanha de vacinação, podem garantir a queda sustentada da transmissão da Covid-19 e a recuperação da capacidade do sistema de saúde.
“Essa nova conjuntura da pandemia no país pode permitir a readequação dos serviços de saúde, com atuação mais intensa dos serviços de Atenção Primária de Saúde, bem como o esclarecimento da população, empresas e gestores locais sobre a importância de se intensificar as práticas de proteção individuais e coletivas, como o uso de máscaras, higienização pessoal e de ambientes domiciliares”, informa o documento.
Com informações de O Globo.
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