Dois indígenas morrem em acidente de helicóptero na Terra Yanomami, em Roraima

Dois indígenas idosos morreram após a queda de um helicóptero que realizava uma missão de resgate aeromédico na região de Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A informação foi confirmada ao GLOBO por Junior Hekurari, presidente da Urihi – Associação Yanomami. A aeronave é da Voare, empresa privada de táxi aéreo que presta serviço ao Ministério da Saúde.

A aeronave, um helicóptero modelo Esquilo B2 de matrícula PP-IVO, operada pela empresa Voare Táxi Aéreo, sofreu o acidente por volta das 16h30 desta segunda-feira. Segundo comunicado divulgado pela empresa, o voo fazia parte de uma operação de atendimento de emergência em área remota quando ocorreu a queda. A bordo estavam o piloto, o copiloto, um servidor da área da Saúde e dois pacientes indígenas.

Segundo um relato de liderança local, o grupo havia concluído um resgate e se dirigia de volta a Surucucu quando a aeronave apresentou uma pane.

— Foi por volta das 18 horas, eles estavam voltando já para base, aí o helicóptero deu pane. Conseguiram pousar na antiga pista do Ara Taú, que fica a uns 15, 20 minutos de Surucucu. Fizeram esse pouso de emergência, mas o helicóptero pegou fogo. Acho que os indígenas demoraram a conseguir sair, tiveram queimaduras graves e morreram. Piloto, socorrista e o outro tripulante ficaram machucados, mas estão bem.

Equipes de busca e salvamento da Força Aérea Brasileira (FAB) foram acionadas, mas enfrentaram dificuldades para acessar o local por causa das condições meteorológicas adversas. A primeira tentativa de resgate, ainda na noite do acidente, precisou ser suspensa. As buscas foram retomadas na manhã desta terça-feira.

“As causas do acidente ainda são desconhecidas e serão objeto de apuração pelas autoridades competentes, nos termos da legislação aeronáutica vigente”, divulgou a Voare, em nota.

Apesar da versão inicial da empresa indicar que os cinco ocupantes haviam sobrevivido sem ferimentos graves, relatos colhidos inicialmemte pela Rede Amazônica e confirmados pelo GLOBO indicam a morte dos dois pacientes indígenas. Um dos sobreviventes teria caminhado por cerca de três horas em meio à floresta para pedir ajuda, o que possibilitou o acionamento das autoridades.

O Ministério da Saúde confirmou o acidente.