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Com conexão no Amazonas, operação que mira lavagem de dinheiro do narcotráfico teve 12 pessoas presas e uma mulher baleada

Agentes cumpriram mandados no Rio, Amazonas, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Ao todo, 12 pessoas foram presas e uma mulher baleada

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Equipes da Polícia Civil em operação no Complexo da Maré — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

A Polícia Civil realizou, nesta terça-feira (9), uma ação contra a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Agentes pretendiam cumprir 26 mandados de prisão preventiva no Rio de Janeiro, Amazonas, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A segunda fase da Operação Rota do Rio mirou criminosos das comunidades Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, Zona Norte. Segundo relatos, houve intenso confronto na região no início da manhã. Ao todo, 12 pessoas foram presas e uma mulher foi baleada.

De acordo com moradores, cerca de 50 viaturas, além de veículos blindados circulam pelas comunidades, na manhã desta terça-feira. Em imagens que circulam nas redes sociais, também é possível ver os policiais civis percorrendo ruas da Maré à pé e armados. Confira abaixo. A Polícia Civil informou que, ao chegaram à comunidade, os agentes foram atacados a tiros e houve confronto. Após os disparos, as equipes encontraram uma mulher baleada na perna, socorrida por um médico da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Ela foi levada para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte, e está estável e em atendimento.

Por conta do confronto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a Clínica da Família (CF) Jeremias Moraes da Silva acionou o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, suspendeu o funcionamento na manhã desta terça-feira. Já CF Diniz Batista dos Santos mantém o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), 22 unidades escolares da municipal foram impactadas no Complexo da Maré. Já a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) informou que, até o momento, duas escolas da rede estadual precisaram ser fechadas por conta de operações policiais na região.

A ação foi realizada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). A região onde a operação aconteceu é dominada por traficantes do Comando Vermelho (CV). Até o momento, um dos alvos no Rio foi preso em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Dibh Pereira Moubayed estava com uma tornozeleira eletrônica, por crimes da Lei Maria da Penha, e tinha anotações por tráfico de drogas. Outros nove mandados foram cumpridos no Amazonas, entre eles contra o policial civil André Luis Bessa Maia, e dois em São Paulo.

Segundo a Polícia Civil, a operação ocorreu após investigações que analisaram transações entre 2017 e 2022 e apontaram uma estrutura criminosa complexa, com uma divisão sofisticada de tarefas para a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. O esquema envolvia depósitos bancários em contas de pessoas jurídicas, localizadas, principalmente, em regiões de fronteira do Amazonas, para ocultar a origem ilícita do dinheiro. A ação ainda prevê bloqueio de bens e valores relacionados aos investigados.

A ação contou com apoio das Polícias Civis do Amazonas, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, nesses estados. Uma equipe especializada Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro foi enviada para Manaus, capital amazonense, por conta da quantidade de alvos da operação na região Norte.

Rota do Rio
A primeira fase da operação Rota do Rio descobriu um dos maiores esquemas de fornecimento de drogas entre as facções Comando Vermelho (CV) e Comando Vermelho do Amazonas (CVAM). As investigações mostraram que a droga era adquirida na fronteira tríplice entre Peru, Colombia, Brasil e escoada do Amazonas em uma rota pelo Rio Solimões, passando pelo Centro-Oesto do país, Minas Gerais, até chegar ao Rio de Janeiro. Já o dinheiro pago pelos entorpecentes fazia o caminho de volta.

Em um período de dois anos, o esquema movimentou cerca de R$ 30 milhões. Para esconder a origem ilícita do dinheiro da compra e venda de drogas, a organização realizava pagamentos de forma pulverizada em contas bancárias para laranjas e empresas. Entre elas, um frigorífico no Amazonas do ex-prefeito de Anamã, Raimundo Pinheiro da Silva, o Chicó, que teve o mandato cassado por abuso de poder econômico. O estabelecimento era usado para a movimentação da droga e recebimento de valores da rota final do tráfico.

Na ação, que ocorreu em 21 de maio, agentes prenderam, no Morro dos Prazeres, Região Central, os agentes prenderam Juan Roberto Figueira da Silva, o Cocão, apontado como uma das lideranças da comunidade e um dos principais responsável pelos roubos de veículos da organização criminosa. As investigações apontaram que os automóveis roubados eram clonados e o dinheiro obtido com as vendas era usado na compra de cocaína e maconha do tipo Skank vindas do Amazonas.

As informações são do O Dia.

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