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Brasil se declara livre da gripe aviária após 28 dias sem novos casos em granjas

O prazo de 28 dias começou a ser contado depois de finalizada a desinfecção da granja de Montenegro (RS).

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O Brasil se declarou livre de gripe aviária na tarde desta quarta-feira (18), após ficar 28 dias sem registrar novos casos em granjas, informou o Ministério da Agricultura.

O órgão também comunicou seu novo status à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

“Não se comemora uma crise, mas é preciso reconhecer a robustez do nosso sistema sanitário, que respondeu com total transparência e eficiência”, afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

“Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos com responsabilidade para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”, acrescentou.

O prazo de 28 dias começou a ser contado depois de finalizada a desinfecção da granja de Montenegro (RS), onde houve o primeiro e único foco da doença em aves comerciais no Brasil, em maio.

Maior exportador da carne no mundo, o Brasil enfrenta restrições desde quando surgiu o caso em Montenegro (veja a lista dos países que bloquearam o frango brasileiro).

A partir desta quarta, o governo espera que esses compradores retirem os bloqueios ou reduzam a área restrita. Mas isso não deve acontecer de forma imediata.

Os bloqueios são feitos para evitar a contaminação de granjas no exterior, ainda que esta seja uma possibilidade remota.

A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos, reitera o Ministério da Agricultura. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.

Por que 28 dias?

No dia seguinte ao término do processo de desinfecção em Montenegro, começou a correr um prazo de 28 dias, chamado de vazio sanitário.

Para se declarar livre da gripe aviária, o Brasil não podia registrar novos casos em granjas neste período, seguindo regra estabelecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Segundo o governo, os 28 dias são um tempo essencial para garantir que não haja vestígios do vírus no ambiente antes da retomada das atividades.

Suspeitas descartadas

Antes do caso de Montenegro, registrado em 15 de maio, o país só havia tido casos da doença em aves silvestres e domésticas, que têm pouco efeito sobre as exportações.

O Japão foi o único comprador, até agora, a ampliar o embargo à carne de frango por conta de casos em criações domésticas. Até a última terça, a restrição valia apenas para Montenegro ; agora, o país inclui mais duas cidades, uma em Goiás e outra no Mato Grosso.

O governo divulga os casos confirmados, descartados e as suspeitas de gripe aviária em uma página atualizada três vezes ao dia. Até a noite desta terça-feira, 11 investigações estavam em andamento, nenhuma em granja.

Desde o caso em Montenegro, o ministério investigou seis suspeitas em granjas comerciais e todas foram descartadas. Elas ocorreram em Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO), Bom Despacho (MG), Anta Gorda (RS), União da Serra (RS) e Westfalia (RS).

Esta última envolveu um frigorífico que recebeu aves vindas de uma granja de Teotônia (RS) com sintomas que poderiam estar ligados ao vírus H5N1, causador da doença.

Mas tanto as suspeitas no frigorífico de Westfalia quanto na granja de Teotônia acabaram descartadas.

Além de Montenegro, o Brasil teve outros casos confirmados de gripe aviária nos últimos meses, em aves silvestres ou em criações domésticas. Um deles foi no zoológico de Brasília.

Esses focos fora de granjas vêm sendo registrados no país desde 2023. Até hoje, mais de 4.000 suspeitas foram investigadas e 174 casos foram confirmados, sendo:

168 em aves silvestres;
5 em criações domésticas;
1 em criação comercial (Montenegro).

Como ficam os embargos

Cumprido o prazo sem novos focos de gripe aviária em criações comerciais, cada país que colocou algum embargo ao Brasil poderá reavaliar a situação — e não existe um prazo para isso.

Fávaro previu que, depois dos 28 dias, mercados que restringiram o frango de todo o Brasil – como China, a maior compradora – vão reduzir essa limitação apenas para o Rio Grande do Sul ou só para Montenegro.

“E aí, gradativamente, voltamos à normalidade”, disse o ministro à GloboNews, em 19 de maio.

Por que alguns países bloquearam o frango de todo o país e outros só da área afetada?

As exportações de frango do Brasil caíram 13% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2024, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A maior parte da carne, no entanto, é consumida internamente.

De acordo com a atualização mais recente do Ministério da Agricultura, na última terça, a União Europeia e outros 20 países mantinham bloqueio às aves de todos os estados brasileiros.

Outros 19 restringiram apenas os produtos do Rio Grande do Sul, incluindo grandes compradores como Arábia Saudita e México.

Em outros quatro países, o bloqueio é local, sendo a maior voltada apenas à região de Montenegro, que não é grande exportadora.

Este era o caso do Japão, terceiro maior importador de frango do Brasil. Mas o país decidiu ampliar o embargo na última terça-feira, incluindo as cidades de Santo Antônio da Barra (GO) e Campinápolis (MT), onde a doença atingiu criações domésticas de galinhas.

O país também bloqueou a compra de ovos férteis e pintos de um dia dos estados de Goiás e Mato Grosso.


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