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Brasil registra menor número de incêndios dos últimos 12 anos, apontam dados do Inpe
Apenas em agosto, foram 18.451 focos de incêndio em todo o território nacional, menor número para o mês desde que os dados começaram a ser coletados, em 1998

O WWF Brasil informou que entre janeiro e agosto deste ano, o Brasil apresentou o menor número de focos de incêndio desde 2013, segundo dados do Programa de Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Com 47.531 focos de calor registrados, houve uma queda geral de quase 63% no país, em comparação com o mesmo período de 2024, que registrou 127.051 focos — um dos números mais altos da história.
Apenas em agosto, foram 18.451 focos de incêndio em todo o território nacional, menor número para o mês desde que os dados começaram a ser coletados, em 1998. Historicamente, há uma tendência de que os focos de incêndio atinjam o pico entre agosto e setembro, período em que a seca também aumenta na Amazônia, Cerrado e Pantanal. Este ano, porém, houve uma queda no número de focos registrados em relação aos últimos 12 anos.
De acordo com dados do Monitor de Secas, plataforma da Agência Nacional de Águas (ANA), se comparados com julho de 2024, os índices de seca diminuíram neste ano na região Norte do país. O Nordeste, entretanto, teve um aumento considerável, em especial no Maranhão, Piauí e Bahia, estados que compõem a área do Matopiba.
Segundo Mariana Napolitano, diretora de Estratégia do WWF-Brasil, “a queda significativa no número de focos de incêndios pode ser explicada pela antecipação e expansão de medidas de prevenção e combate realizadas pelo governo federal, associadas a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, aprovada em 2024. Além disso, as condições climáticas estão mais amenas após um forte El Niño no ano passado”.
Cerrado e Amazônia
No Cerrado, foram registrados 22.772 focos de incêndio de janeiro a agosto, cenário que expressa a menor quantidade de alertas desde 2018 para o bioma. Apesar dos números ainda serem altos, representando 47,9% do total de focos para 2025 até agosto, houve uma queda de 42% em comparação com o mesmo período de 2024, que apresentou 39.312 focos.
Já na Amazônia, até agosto, foram 13.446 casos registrados no acumulado do ano, a primeira vez desde 2014 que o bioma fica atrás do Cerrado. Em relação ao ano anterior, que teve 68.189 focos, aconteceu uma queda expressiva de 80%.
Com 6.877 focos, Mato Grosso liderou a lista de estados com maior quantidade de alertas em 2025 até agosto, seguido por Maranhão (5.987) e Tocantins (5.339), região de transição entre Amazônia e Cerrado, apelidada de “Arco do Desmatamento” — zona de alto índice de conversão de áreas nativas para uso agropecuário.
Apesar de estar no topo do ranking desde o ano passado, Mato Grosso apresentou uma das reduções mais expressivas. Em 2024, foram 25.887 focos entre janeiro e agosto, atingindo uma queda de 73% neste ano. Outro destaque foram os estados do Pará, que teve uma redução dos focos de 18.972 para 3.354 (82%), e do Amazonas, que passou de 15.235 focos para 3.240 (78,7%) no mesmo período.
Na contramão, Bahia teve um aumento de 3.429 para 4.108 focos (20%). Piauí, Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe e Amapá também apresentaram números maiores.
Em relação aos outros biomas, Mata Atlântica e Pantanal tiveram uma redução expressiva no número de incêndios, com o primeiro passando de 9.167 focos em 2024 para apenas 173 neste ano, uma queda de 93%. A Mata Atlântica teve uma redução de 11.699 focos para 6.497, no mesmo período. A Caatinga e o Pampa, porém, apresentaram um aumento nos registros de incêndio de 20% (3.381 para 4.064 focos) e 91% (303 para 579 focos), respectivamente.
As informações são do WWF Brasil.
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