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Brasil

BNDES anuncia recorde de investimentos em florestas após reativação do Fundo Amazônia

O maior banco de desenvolvimento do Brasil informa que mobilizou R$ 3,4 bilhões desde 2023. As ações da instituição envolvem conservação, recuperação e manejo de florestas.

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Como parte das ações do Brasil em prol da transição energética e do enfrentamento à mudança do clima, o maior banco de desenvolvimento brasileiro mobilizou R$ 3,4 bilhões para conservação, recuperação e manejo de florestas desde 2023. Nesse ano o Fundo Amazônia foi reativado, após quatro anos de paralisação.

Esses esforços do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dão tração à bioeconomia de espécies nativas como vetor de progresso. E colocam o país em rota para cumprir a meta de 12 milhões de hectares de florestas restaurados até 2030, conforme compromisso assumido pelo Brasil na ocasião da assinatura do Acordo de Paris.

Estes recursos garantiram o plantio de 70 milhões de árvores e a geração de 23,5 mil empregos na economia florestal a partir de ações da empresa estatal, que também atua no combate ao desmatamento. Os principais meios para viabilizar os recursos são crédito, concessões e recursos não reembolsáveis, ou seja, “doações” que exigem contrapartidas negociadas.

A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, ressalta que a agenda de florestas é também uma agenda econômica rentável e, em parceria com o setor privado, a instituição pública atua para criar confiança no país e atrair novos atores e investimentos.

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, reforça a importância de iniciativas de financiamento climático, como as do BNDES. De acordo com ele, o Brasil só conseguirá atingir o compromisso de reduzir as emissões de gás carbônico entre 59% e 67% até 2035 em comparação ao nível de 2005, como prevê a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) brasileira, se investir em duas iniciativas simultâneas: reduzir o desmatamento e ampliar ações de restauro florestal.

Crédito

O BNDES oferece taxas de financiamento mais competitivas para a agenda florestal em comparação a outras instituições financeiras por meio de produtos variados. Este mês, o banco aprovou um financiamento de R$ 250 milhões à Suzano , maior volume já aportado com recursos do Fundo Clima para a recuperação de mata nativa degradada no Brasil.

O financiamento visa à restauração ecológica de 24.304 hectares de áreas degradadas em regiões de preservação permanente e de reserva legal nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. As ações a serem implementadas pelo projeto contribuirão para a regularização ambiental de mais de mil imóveis rurais, distribuídos em seis estados: São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará e Mato Grosso do Sul.

Concessão

Os processos de concessão do BNDES potencializam a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos, o estoque de carbono e a produtividade madeireira e não madeireira. São gerados benefícios sociais, ambientais e econômicos duradouros. Hoje, a carteira do BNDES contempla 38 projetos de concessão, dos quais 24 já estão sendo executados.

“O modelo visa atrair investidores privados que ficarão responsáveis pela recuperação das áreas e serão remunerados pela venda de créditos de carbono”, explica o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa. “É um modelo inovador que tem o potencial de proporcionar a escala necessária para a recuperação da Bacia Amazônica”, completou.

Um dos exemplos de concessão é na Floresta Nacional do Bom Futuro, objeto da primeira concessão federal para restauração na Amazônia. O projeto tem como meta restaurar 12 mil hectares e proteger outros 78 mil hectares do território. A expectativa é gerar receita total de R$886 milhões e investimentos sociais da ordem de R$62 milhões, ao longo dos 40 anos de concessão.

Apoio não reembolsável

Entre os demais instrumentos de apoio do BNDES para florestas estão os recursos não reembolsáveis. As cifras não precisam ser devolvidas como em empréstimos convencionais. Mas, caso as condições negociadas sejam descumpridas, a instituição beneficiada é obrigada a restituir os recursos.

No começo de outubro, o banco lançou mais uma chamada de projetos da iniciativa Floresta Viva para restauração florestal numa área potencial de 61 terras indígenas nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Construído por meio de parceria entre o banco, a Fundação Bunge e a Agrícola Alvorada, o edital destinará R$ 10 milhões não reembolsáveis às propostas que serão selecionadas.

As terras indígenas foram escolhidas para integrar e fortalecer os esforços do governo federal para prevenir e combater incêndios. Os projetos também estimulam a agricultura familiar indígena por meio de sistemas agroflorestais que visam equilibrar as necessidades humanas com a manutenção da biodiversidade.

Florestas

Lançado no dia 10 deste mês, o site BNDES Florestas organiza e dá transparência às ações do banco no setor florestal. A iniciativa integra programas como Floresta Viva (fases 1 e 2), Arco da Restauração, Restaura Amazônia, ProFloresta+ (em parceria com a Petrobras) e projetos de inovação, além de operações de crédito do Fundo Clima e do Fundo Amazônia.

BNDES – O banco trabalha a partir de três frentes principais: climática, ao consolidar o Brasil como referência em reservatórios de carbono com projetos de captura real e biodiversa; socioambiental, ao valorizar comunidades tradicionais e serviços ecossistêmicos; e econômica, ao demonstrar que restauração gera valor, emprego e inovação.


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