Brasil
Black Friday: veja como se proteger do golpe da letra trocada em sites de compras
Prática conhecida como ‘typosquatting’ confunde ao criar sites falsos idênticos aos das grandes marcas. Confira os cuidados a tomar para evitar as fraudes mais comuns.
A proximidade da Black Friday 2025 intensifica a corrida pelas melhores ofertas no e-commerce. Mas, à medida que aumentam as promoções e o senso de urgência dos consumidores, multiplicam-se as tentativas de fraude e as estratégias de golpistas. Entre as práticas mais comuns está o “typosquatting” — técnica em que criminosos criam sites com nomes e aparência quase idênticos aos de grandes marcas para enganar os consumidores.
Um levantamento feito pela empresa especializada em verificação de identidade digital Vereiff aponta que, durante a semana da Black Friday, o número de tentativas de golpe cresce, em média, 22%.
Alteração
A diretora de mercados emergentes da companhia, explica que, no “typosquatting”, os criminosos costumam alterar apenas uma letra ou o domínio do site — como trocar “.com” por “.co” — o que torna a fraude difícil de perceber. Por isso, ela reforça que a atenção aos detalhes é fundamental para evitar cair nesse tipo de golpe.
— Uma boa dica é sempre usar o buscador para acessar o site oficial. Muitas vezes, o consumidor recebe uma mensagem por WhatsApp com uma promoção tentadora, algo como: “Olha, o tênis que está na moda está com 50% de desconto, clique aqui”. O link pode parecer verdadeiro, mas traz uma pequena diferença no endereço, como uma letra trocada, que passa despercebida — explica Andrea.
Tática
A especialista destaca que essa tática tem se tornado uma das mais comuns adotadas por golpistas em períodos de grande volume de compras on-line. Para ajudar os consumidores a se proteger, a empresa listou quatro importantes dicas de prevenção. Confira:
Verificar se o site é oficial, observando com atenção a URL e o domínio correto;
Acessar lojas por buscadores confiáveis ou pelos favoritos do navegador;
Evitar clicar em links recebidos por e-mail, mensagens ou anúncios suspeitos;
Usar gerenciadores de senhas, que bloqueiam o preenchimento automático em domínios falsos.
Andrea também alerta para um cuidado adicional: desconfiar quando um site de uma loja conhecida solicitar novamente a senha, mesmo que o navegador costume preenchê-la automaticamente.
— Se o login normalmente é feito de forma automática e, de repente, o sistema pede a senha novamente, isso pode ser sinal de golpe — afirma Andrea.
Além das precauções recomendadas aos consumidores, a especialista diz que é importante que as próprias empresas reforcem suas camadas de segurança, mesmo que isso torne o processo de compra um pouco mais demorado. Segundo ela, medidas como a verificação em duas etapas, com o envio de códigos por SMS, ou o uso de reconhecimento facial, podem reduzir significativamente o risco de golpes.
— Entendemos que alguns segundos a mais podem parecer um obstáculo, mas uma verificação extra pode evitar grandes prejuízos. O custo de perder um cliente para um site falso é muito maior. No fim, o consumidor enganado pode culpar a marca verdadeira, acreditando ter comprado nela — alerta Andrea.
Cuidado com a ‘maquiagem de preço’
A assessora técnica do Procon-SP, Nilciane Zalpa, alerta para importância de desconfiar de sites que restringem as formas de pagamento — especialmente aqueles que aceitam apenas PIX ou boleto bancário. Ela recomenda dar preferência a meios de pagamento mais seguros, como cartão de crédito ou plataformas reconhecidas de pagamento.
— Caso o consumidor opte por pagar via boleto ou chave PIX, é fundamental verificar atentamente os dados do recebedor, certificando-se de que o nome corresponde à empresa ou pessoa correta. Se a compra for feita em nome de um CNPJ e o PIX estiver vinculado a um CPF, não realize o pagamento — orienta Nilciane.
Para além do cuidado com os sites enganosos, a representante da entidade recomenda que o consumidor estabeleça um limite de gastos para evitar comprometer o orçamento e fique atento à chamada “maquiagem de preço” — prática em que o lojista aumenta o valor do produto semanas antes da Black Friday e depois o reduz ao preço original, simulando um desconto.
— Nessa época, é comum que o clima de promoção leve as pessoas a comprar por impulso, o que pode aumentar o endividamento. É preciso cautela e pesquisa antes de finalizar a compra — alerta a especialista.
Nilciane lembra ainda que, em caso de arrependimento em compras feitas on-line, o Código de Defesa do Consumidor garante o direito à troca ou devolução, com reembolso de todos os custos envolvidos, incluindo o frete de envio e de devolução. Nas compras presenciais, em lojas físicas, a decisão de troca fica a critério do lojista.
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