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Ar-condicionado via Pix? Cobrança polêmica aos passageiros é feita por motoristas de aplicativos

Enquanto uns defendem que o passageiro tem direito à climatização sem custos adicionais, outros apontam que isso oneraria ao motorista.

Há cada vez mais postagens nas redes sociais sobre motoristas de aplicativo que, de alguma forma, cobram Pix dos passageiros que querem viajar com o ar-condicionado ligado. Normalmente são colocadas plaquinhas voltadas para a segunda fileira, já com os dados bancários do condutor e o valor da cobrança – que costumam ir de R$ 1 a R$ 5, dependendo da precificação feita pelo dono do carro. As informações são do site UOL.

O assunto já começou a virar polêmica, pois enquanto uns defendem que o passageiro tem direito à climatização sem custos adicionais, outros apontam que isso oneraria ao motorista, já que o equipamento aumenta o consumo.

O que dizem as plataformas e os motoristas
No final do dia, a diferença entre o uso e o não uso do ar-condicionado costuma ser de R$ 15 a R$ 20 para o bolso do motorista. Ainda que alguns possam achar que é pouca coisa, não devemos nos esquecer que a quantia deve ser multiplicada pelo número de dias que o profissional trabalha em um mês. Ao final do período, deixa-se de encher um tanque por completo em até três vezes. Pensa só quantas corridas a mais o motorista faz ou deixa de fazer, considerando essa diferença Eduardo Lima, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo (Amasp)

Eduardo ressalta como, atualmente, as plataformas têm repassado muito pouco para os motoristas. Por esse motivo, ele pede uma colaboração para o passageiro.

“Infelizmente esse é o mecanismo a se recorrer, dadas as tarifas altamente defasadas e diante dos aumentos mais recentes dos aumentos de combustível. Todos gostariam de entregar conforto para os seus passageiros, mas as condições não permitem. A não ser em corridas de categorias superiores, nas quais os valores pagos pelos passageiros (e recebidos pelos motoristas) são maiores”, complementa o presidente da Amasp.

O UOL Carros procurou as plataformas para questionar sobre o assunto. A InDrive utiliza o caso do ar-condicionado como exemplo para o que diz ser uma das suas grandes preocupações como empresa que promove corridas por aplicativo, que é a necessidade constante de educar as pessoas para que usem melhor os serviços.

A empresa afirma que “pode dar uma advertência ao motorista quando detectar que ele conduziu mal uma corrida – o que normalmente ocorre após receber uma avaliação ruim. O próprio passageiro pode avaliar mal o motorista e deixar sua observação sobre o que deixou a desejar. Com isso, a plataforma fica sabendo e, assim, não haverá mais conexão em viagens futuras entre as partes que não resultaram em boa interação”.

O motorista que trabalha na plataforma não é colaborador da empresa. Ele trabalha por conta e, por meio da plataforma (que é responsável somente por conectar demanda e oferta), apenas oferece os seus serviços. Nem o preço da viagem é definido pela plataforma, pois ele ocorre exclusivamente entre motorista e passageiro, portanto, os termos da viagem também dizem respeito a ambos. InDrive

A 99, por sua vez, enviou à redação o seguinte comunicado sobre o tema, que vai ao encontro do que foi dito pela InDrive:

A 99 informa que é uma empresa de tecnologia voltada à mobilidade urbana e conveniência, que conecta passageiros e motoristas parceiros por meio de seu aplicativo e investe em educação (…). A empresa orienta que a utilização ou não do ar-condicionado seja combinada entre motorista parceiro e passageiro para que a viagem ocorra de forma confortável para ambos

A Uber ainda não retornou o contato da reportagem, que será atualizada após a resposta da empresa.

Ar-condicionado eleva bastante o consumo?

O compressor, responsável por “empurrar” o gás refrigerante para o interior de um radiador onde o ar é gelado, eleva o consumo por ser acionado pelo motor a combustão. Portanto, quanto menos o compressor trabalhar, menos combustível o motor irá gastar. Isso explica o fato de que o ar-condicionado pode aumentar o consumo em até 10%, principalmente em uso urbano Renato Romio, chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia

Por outro lado, para manter o bom funcionamento e aumentar a vida útil do sistema de climatização, o engenheiro e mentor de engenharia avançada da SAE Brasil, Erwin Franieck, recomenda usá-lo frequentemente. “Evite deixar parado por muito tempo e funcione por, pelo menos, uns cinco ou dez minutos semanalmente”, explica.

O costume de manter o ar-condicionado desligado para preservá-lo é um mito. Isso porque mesmo sem uso, devido à ação do tempo, as juntas de borracha que fazem parte do sistema sofrem ressecamento, o que compromete a vedação. Além disso, deixar de usá-lo não vai adiar, por exemplo, a troca do gás refrigerante – já que o serviço deve ser feito periodicamente, independentemente do uso que se faz.

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