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Brasil

Apesar da desaceleração no desmatamento, Amazônia perdeu sete árvores por segundo em 2024, indica MapBiomas

Bioma perdeu 1.035 hectares por dia no ano passado. Segundo a pesquisa, a área total desmatada no Brasil recuou 32,4% em relação a 2023,

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Apesar de uma desaceleração no desmatamento, a Amazônia perdeu 1.035 hectares por dia, ou cerca de sete árvores por segundo, em 2024, segundo dados revelados pelo MapBiomas nesta quinta-feira. O levantamento mostra que o desmatamento caiu em todos os biomas brasileiros no ano passado, com exceção da Mata Atlântica, que teve índice estável após queda expressiva em 2023 e sofreu impactos decorrentes das enchentes no Rio Grande do Sul.

Segundo a pesquisa, a área total desmatada no Brasil recuou 32,4% em relação a 2023, enquanto o número de alertas validados caiu 26,9%. Este foi o segundo ano consecutivo de redução no desmatamento: em 2023, a retração havia sido de 11% em comparação com 2022.

Ao longo de 2024, a área média desmatada por dia foi de 3.403 hectares – ou 141,8 hectares por hora. Já no Cerrado, o ritmo da perda foi mais intenso: 1.786 hectares diários.

— A queda no desmatamento é fruto do aumento de ações de combate dos governos estaduais e federal. Além disso, há desde 2023 um movimento de bancos de checagem se há desmatamento antes de concederem crédito rural. O desmatamento beneficia poucos, que lucram com ele, e causa consequências negativas para toda a sociedade — alerta Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas.

Cerrado lidera em desmatamento

O Cerrado foi o bioma com a maior área desmatada pelo segundo ano consecutivo. Foram 652.197 hectares de vegetação perdida — 52,5% do total desmatado no Brasil em 2024.

A Amazônia foi o segundo bioma com maior perda: 30,4% da área desmatada no Brasil (377.708 hectares). Esta foi a menor área nos seis anos da série histórica. Juntos, a Amazônia e o Cerrado responderam por quase 83% da área desmatada no país, o que reflete no tipo de vegetação mais impactada: pelo segundo ano consecutivo, as formações savânicas aparecem à frente (52,4%), seguidas das formações florestais (43,7%).

Sede da COP30, que ocorre em Belém em novembro, o Pará é o estado com a maior área desmatada no acumulado de 2019 a 2024, com cerca de 2 milhões de hectares desmatados. No ano passado, a maioria dos estados amazônicos apresentou queda no desmatamento, com exceção do Acre, que registrou aumento de 30%.

A Caatinga aparece em terceiro lugar, com um total de 14% de área (174.511 hectares). Pela primeira vez na série histórica o bioma teve o maior desmatamento em um único imóvel: foram desmatados 13.628 hectares em um terreno rural no estado do Piauí, em uma janela de três meses, o equivalente a seis hectares por hora.

Os 3% restantes estão divididos entro o Pantanal (1,9% ou 23.295 hectares) e Mata Atlântica (1,1% ou 13.472 hectares). O Pampa tem 0,1% do total, ou 896 hectares.


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