Brasil
Amazonas tem duas cidades entre as 10 piores em desenvolvimento, aponta Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal
Cidades do interior de São Paulo e do Paraná lideram entre os municípios com os melhores indicadores de saúde, emprego e educação. Os piores estão nos estados do Norte e Nordeste.

A cidade de Ipixuna, no Amazonas, teve o pior desempenho no ranking de 2023, com índice de desenvolvimento apenas 0,1485. Jutaí, também no Estado, ficou em 4º lugar no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado nesta quinta-feira pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (firjan)
O estudo leva em conta três áreas que indicam o nível de desenvolvimento das cidades: saúde, educação e geração de emprego e renda. Cidades do interior de São Paulo e do Paraná lideraram, na última década, como as mais desenvolvidas do país.
O indicador analisou a situação de 5.550 municípios brasileiros, considerando esses setores. A pesquisa mostra quais municípios tiveram os melhores e os piores resultados combinados nesses temas entre 2013 e 2023, com base em dados oficiais.
Cidades do Norte e Nordeste amargam os piores níveis de desenvolvimento municipal. Um padrão observado ao longo de toda a década, apontam os economistas.
Segundo Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan, são municípios que historicamente ocupam as últimas posições. A maioria enfrenta infraestrutura precária, falta de profissionais de saúde e educação, e um mercado de trabalho muito inicial.
“Eles têm um mercado de trabalho incipiente, com atividade econômica fraca. Falta médico. Têm mais internações pelo saneamento inadequado. Falta professor, falta escola, os alunos têm notas ruins, os professores não têm formação adequada… Isso retrata de maneira clara o que não conseguimos visualizar só olhando os números”, diz.
Marcio Felipe Afonso, especialista em Estudos Econômicos da Firjan, lembra que essas regiões passam por um ciclo de desenvolvimento crítico, difícil de ser revertido. Além dos problemas básicos, como falta de estrutura e serviços, essas cidades ainda tem o desafio da questão geográfica, diz: “São regiões mais afastadas, de difícil acesso. Elas têm infraestrutura inadequada, e enfrentam a dificuldade de ter médicos que queiram ir lá. A saúde básica fica comprometida”.
A única capital do país que conseguiu fazer parte da lista dos municípios mais desenvolvidos na última década foi Curitiba (PR).
Brasil
Pela primeira vez, o Brasil tem mais da metade de seus municípios com nível de desenvolvimento moderado ou alto, mas ainda ostenta uma parcela de 47,3% em situação classificada como crítica ou baixa neste quesito, mostra o IFDM,
O índice varia de 0 a 1 ponto. Quanto mais perto de 1, maior é o desenvolvimento do local. Há quatro níveis de desenvolvimento: crítico (até 0,39 ponto); baixo (0,4 a 0,59 ponto); moderado (0,6 a 0,79); e alto (0,8 ou mais).
A parcela de municípios brasileiros com nível de desenvolvimento moderado ou alto subiu de 46,4% em 2022 para 52,7% em 2023, dado mais recente da pesquisa. Naquele ano, eram 48,1% no graumoderado e 4,6%no grau alto. A proporção observada em 2023 está muito acima da vista em 2013, quando era de 22,6% (22,4%moderadoe 0,2%alto).
O número de municípios enquadrados nesta classificação mais do que dobrou entre 2013 e 2023, ao passar de 1.245 para 2.925 em 2023, respectivamente. A melhora da situação de desenvolvimento municipal no Brasil, no entanto, não ofusca a realidade um país em que 47,3% das cidades apresentam grau crítico (4,5%) ou baixo (42,8%) de desenvolvimento, pelos dados de 2023. Em 2013, essa fatia era de 77,4%, sendo36%críticoe41,4%baixo.
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