Amazonas
‘Tio Patinhas’, apontado como líder de facção criminosa que matou mulher “por engano”, em Manaus, é condenado a 36 anos de reclusão
Caso ganhou repercussão em razão de a morte ter sido por engano, segundo investigação da Polícia Cívil. Alvo real seria a irmã da vítima
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) informou que, na noite desta quarta-feira (09/04), obteve a condenação de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, a 36 anos, seis meses e sete dias de reclusão, pelo homicídio de uma mulher, por engano, em julho de 2017. De acordo com investigação da Polícia Civil, o alvo real seria a irmã da vítima.
Durante o julgamento, o MPAM esteve representado pelos promotores de Justiça Leonardo Tupinambá e Marcelo Bitarães.
A decisão, com base em denúncia do MPAM, considerou a prática dos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima — a mulher foi alvejada com três tiros, em frente à casa de sua mãe. Na sentença, assinada pelo juiz Diego Daniel dal Bosco, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, é determinada a execução provisória da pena em regime fechado, negando ao réu o direito de recorrer em liberdade.
De acordo com o MPAM, o crime foi cometido na noite de 8 de julho de 2017, em uma rua do conjunto Amazonino Mendes, bairro Novo Aleixo, zona norte de Manaus. Atingida na frente da casa da mãe, a vítima não resistiu aos ferimentos ocasionados pelos disparos e morreu em um hospital da capital.
Na mesma ação penal, outros três homens foram denunciados, mas morreram durante o decorrer do processo, resultando na extinção da punibilidade.
Apontado como líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, é suspeito de ter financiado uma fuga em massa de um presídio em Manaus e foi preso pela última vez em dezembro do ano passado quando estava em um culto evangélico.
A esposa dele, Luciane Barbosa Farias, participou de duas reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública neste ano, segundo revelado pelo Estadão e confirmado pelo UOL.
Tio Patinhas foi acusado de comandar uma disputa pelo controle do tráfico de drogas em território amazonense, segundo documentos obtidos pelo UOL. As investigações indicam que ele sobreviveu a um atentado em 2015 encomendado pela facção criminosa Família do Norte, rival do Comando Vermelho em Manaus.
Como resposta, ordenou o assassinato da esposa de um dos líderes da facção rival em julho de 2017, indicam investigações da Polícia Civil. Adriana Monteiro da Cruz, irmã do alvo do ataque, acabou sendo morta por engano na ação.
“Devia ao Tio Patinhas”. Em 2019, o corpo de um homem foi encontrado enrolado em sacos e papelão com um bilhete citando uma suposta dívida a Clemilson.
Ele também foi investigado por suspeita de ter financiado uma fuga de 35 presos do Centro de Detenção Provisória de Manaus, em maio de 2018. Tio Patinhas acabou sendo preso no mês seguinte, em um apartamento de frente para o mar em Jaboatão dos Guararapes (PE).
Foi transferido, em julho de 2018, a um presídio de segurança máxima federal, para onde são levados os líderes de facções e criminosos mais perigosos do país. Mas retornou ao sistema prisional do Amazonas em novembro de 2020. Saiu de lá em janeiro de 2022, após revogação de sua prisão preventiva.
Foi preso mais uma vez em dezembro do ano passado, quando estava com a esposa em um culto evangélico em Manaus. Na ocasião, a polícia apreendeu 235 quilos de maconha no fundo falso de uma van, munições e um RG falso.
Tio Patinhas também foi condenado a 31 anos e sete meses de prisão por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.

Faça um comentário