Amazonas
STJ vai ouvir delatora de sócio ‘oculto’ em empresa envolvida no escândalo dos respiradores que envolve Wilson Lima
A empresária, que chegou a ser presa na Operação Sangria, delatou, em depoimento à PF, que sua ex-sócia e o médico Luiz Avelino queriam que ela escondesse que o Avelino era sócio da Sonoar.
O ministro Francisco Falcão, relator do processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em que o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB) é réu, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de comandar a compra superfaturada de respiradores, decidiu ouvir a empresária Renata Mansur, ex-sócia da empresa Sonoar, como testemunha de acusação, a pedido do MPF. O depoimento está marcado para o dia 28 de junho.
A empresária, que chegou a ser presa na Operação Sangria, delatou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que sua ex-sócia na empresa, Luciane Andrade e o médico Luiz Avelino queriam que ela cometesse ato ilícito para esconder que o Avelino era sócio da Sonoar. De acordo com a denúncia a Sonoar foi a mais lucrou na venda de respiradores inadequados com sobrepreço ao Governo do Amazonas em plena crise da pandemia da covid-19 no estado.
“Que na verdade Luciane e o médico Luiz Avelino queriam pagar a declarante da sua parte da venda da empresa com o dinheiro da própria Sonoar como retirada de pro-labore, sabendo que provavelmente este dinheiro seria apreendido pelos crimes que cometeram, sendo que seu marido, que é auditor fiscal, lhe aconselhou de maneira nenhuma fazer isso, pois era ilícito”, diz trecho do depoimento de Renata Mansur, segundo notícia publicada no Blog da jornalista Rosiene Carvalho, em julho de 2020.
Avelino nega as acusações. Segundo a defesa do médico e marido da ex-secretária, Avelino não acompanhou a venda dos respiradores e não recebeu nenhum valor oriundo da negociação. A defesa dele sustenta, ainda, que o médico não tomou conhecimento de qualquer ato ilícito que possa ter sido praticado pela Sonoar.
A decisão de tomar o depoimento de Renata Mansue foi tomada após reclamação do MPF, que a indicou como testemunho de acusão. Em decisão na última terça-feira (24/05), o ministro Francis Falcão não a incluiu na lista de testemunhas a serem ouvidas nos dias 28 de junho e 1º de julho. Esta semana, ministro reconheceu o erro e determinou que a Justiça Federal de São José dos Campos (SP) intime a empresária para prestar depoimento.
De acordo com as investigações da PF, a Sonoar comprou 28 respiradores por R$ 1 milhão e os vendeu à FJAP Importadora, uma loja de vinhos, por R$ 2,4 milhões, que, posteriormente, os revendeu para a Secretaria de Saúde do Amazonas por R$ 2,9 milhões.
No depoimento, Renata concordou em fazer delação premiada e entregou à PF, de “forma espontânea”, segundo o depoimento, uma pasta de documentos para provar que ela não era mais sócia da Sonoar desde 1º de janeiro deste ano, quando sua parte foi transferida para o Avelino. Renata sustenta que não participou e nem se beneficiou do negócio porque já estava fora da sociedade.
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