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Amazonas

Sob pressão social e após repercussão negativa, governador do Amazonas revoga aumentos salariais para alto escalão

O anúncio da revogação do aumento foi feito na manhã desta quinta-feira pelo próprio governador, em entrevista coletiva, no Centro de Convenções Vasco Vasquez, em Manaus.

Após a grande repercussão negativa na sociedade amazonense e na imprensa local e nacional, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) foi obrigado a revogar o aumento de até 225% nos salários de 140 funcionários do alto escalão do governo, dado em novembro, após ter congelado os salários da maioria dos funcionários públicos das áreas de saúde, educação e segurança. O anúncio da revogação do aumento foi feito na manhã desta quinta-feira pelo próprio governador, em entrevista coletiva, no Centro de Convenções Vasco Vasquez, em Manaus.

“Hoje eu estou tomando a decisão de revogar o dispositivo da Reforma Administrativa que garantia a promoção a esses servidores, entendendo que continuamos caminhando nesse processo de austeridade de revisão para esse equilíbrio fiscal (…) A gente dá um passo atrás, entendendo o momento ao qual a gente está passando. Discuti exaustivamente com a Assembleia Legislativa, com os deputados da nossa base, entendendo a necessidade de tomar essa decisão”, disse o governador.

No final do ano passado, o governador aproveitou a `carta branca` que ganhou da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), com a aprovação da Resolução Legislativa 716, de 3 de outubro de 2019, e aumentou os vencimentos de funcionários nomeados por ele para cargos no alto escalão do governo. De acordo com levantamento ao qual o 18horas teve acesso, a decisão do governador aumento em mais de R$ 1,8 milhão a folha do Estado.

Com o aumento dado por Wilson Lima, secretários executivos, secretários adjuntos e diretores de órgãos do governo do Amazonas passaram a receber, na administração estadual, de R$ 22.680,00 a até R$ 35.372,27. Funcionários de confiança e comissionados do segundo escalão do governo do Amazonas passaram a ganhar salários maiores do que os dos governadores de São Paulo e Rio de Janeiro, dois dos estados mais ricos do Brasil.

Reação

Representantes sindicais de funcionários públicos do Estado do Amazonas reagiram indignados contra o aumento autorizado pelo governador com o apoio da Assembleia Legislativa (ALE). De acordo com levantamento ao qual o 18horas teve acesso, a decisão do governador aumentaria em mais de R$ 1,8 milhão a folha do Estado.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Amazonas (Sindsaúde), Cleidinir Francisca do Socorro, chamou o reajuste salarial apenas para o alto escalão do governo de “imoral e desrespeito” para os servidores.

O secretário geral do Movimento Único dos Servidores públicos do Amazonas (Musp) e coordenador de Comunicação do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom), Lambert Melo, chamou o aumento de salário para o alto escalão de “ataque contra a sociedade, aos servidores e aos cofres públicos”.

O diretor financeiro do Sindicado dos Trabalhadores em Educação ao Amazonas (Sinteam), Cleber Ferreira, chamou o aumento salarial para o alto escalão de “absurdo”, no momento em que o governador “intransigente e autoritário”congela salários da maioria dos servidores.

O Sindicato dos Farmacêuticos do Amazonas (Sinfar), considerou “injusta, inaceitável e despropositada” a decisão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) de autorizar aumento de até 225% no salário dos servidores do alto escalão do Estado, “em detrimento dos salários dos farmacêuticos concursados, que há anos estão com seus salários congelados”.

Os deputados Wilker Barreto (Podemos) e Dermilson Chagas (PP) prepararam representação ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM) contra o aumento. “Esse reajuste é afrontoso para a sociedade, vergonhoso, pois é um tapa na cara do servidor público, que terá seu salário congelado pelos próximos três anos pelo próprio Governo”, comentou Wilker Barreto. Dermilson Chagas afirmou que o “governo não cansa de tomar decisões esdrúxulas, operando de forma estranha, confusa e que confia na impunidade”.

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