Amazonas
Reajuste na tarifa de ônibus em Manaus impacta na atividade econômica, afirmam entidades empresariais em nota
A justificativa da prefeitura para o aumento foi a de que a medida busca o equilíbrio financeiro do sistema e a continuidade dos serviços de transporte público na capital.

Mudanças, segundo prefeitura, é para melhorar sistema
O reajuste nos preços das tarifas de ônibus em Manaus provocou reação de entidades empresariais e conselhos profissionais. Em nota conjunta, 16 instituições informaram que o aumento “compromete a renda do trabalhador e provoca efeitos negativos em cadeia sobre o comércio, os serviços e a indústria”. Pela nova regra, os trabalhadores que utilizam vale-transporte, pago pelas empresas, passam a pagar o valor integral de R$ 6 por viagem. E os passageiros que utilizam o Cartão PassaFácil ou pagam em dinheiro terão desconto de R$ 1, pagando R$ 5. Estudantes sem gratuidade continuam pagando R$ 2,50.
As entidades que assinam a nota destacam que o reajuste foi feito sem diálogo com o setor produtivo e sem qualquer escalonamento. Segundo o documento, um valor intermediário, como R$ 5, poderia ter sido adotado para mitigar os impactos econômicos e sociais. As entidades defendem que decisões com potencial de afetar diretamente a renda da população sejam tomadas com planejamento e responsabilidade.
O documento é assinado pela Arasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amazonas), ACA (Associação Comercial do Amazonas), CDLM (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas), Fecomércio (Federação do Comércio do Estado do Amazonas), Codese (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus), Facea (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas), CRA-AM (Conselho Regional de Administração), CRC-AM (Conselho Regional de Contabilidade), Amase (Associação Amazonense de Supermercados), Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Amazonas), Ademi (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), AJE (Associação dos Jovens Empresários), Corecon (Conselho Regional de Economia do Amazonas e Roraima) e CAU-AM (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas).
De acordo com a nota, embora o vale-transporte seja custeado pelas empresas, a legislação permite que até 6% do salário base do empregado seja descontado. E, com o novo valor, esse limite pode representar uma fatia mais expressiva da renda mensal dos trabalhadores, afetando diretamente o poder de compra das famílias. Além disso, segundo as entidades, os custos adicionais devem ser internalizados pelas empresas e, como forma de compensação, repassados ao consumidor final, ampliando o impacto sobre a população.
“O efeito é em cadeia: menos renda, menos consumo, menos atividade no comércio e nos serviços”, diz o texto assinado por instituições. O exemplo: um trabalhador com salário de R$ 2 mil pode ter até R$ 120 descontados mensalmente com o novo teto de vale-transporte.
Ainda que o valor seja parcialmente subsidiado pelo empregador, o reajuste amplia o custo operacional das empresas, especialmente nas micro e pequenas, com menor margem para absorver esse tipo de despesa.
A justificativa da prefeitura para o aumento foi a de que a medida busca o equilíbrio financeiro do sistema e a continuidade dos serviços de transporte público na capital.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.

Faça um comentário