Amazonas
Ponte que caiu no Amazonas era considerada “boa” em relatório do Dnit, aponta site
Segundo o site, a ponte sobre o Autaz-Mirim foi classificada com o número quatro, aquelas em que existem “alguns danos, mas não há sinais de que estejam gerando insuficiência estrutural”.

A ponte sobre o Rio Autaz-Mirim, na BR-319, foi classificada como “boa” pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) um ano antes de cair. A informação consta do levantamento sobre o estado de conservação das “obras de arte de engenharia” enviado pelo órgão ao Metrópoles após solicitação via Lei de Acesso à Informação (LAI) ao site Metrópoles, que publica nesta quarta-feira (13/08) reportagem multimídia que aponta os transtornos causados pelo descuido com a malha viária.
Segundo o site, a ponte sobre o Autaz-Mirim foi classificada com o número quatro. Segundo a Portaria nº 10/2024, do Dnit, as estruturas classificadas como “quatro” são aquelas em que existem “alguns danos, mas não há sinais de que estejam gerando insuficiência estrutural”.
Por não terem “problemas importantes”, as pontes com pontuação “quatro” não apresentariam necessidade imediata de reforma. O Dnit realiza vistorias a cada dois anos em pontes, tunéis e viadutos – as chamadas “obras de arte de engenharia” para definir onde devem ser feitas intervenções prioritárias.
Desabamento de ponte vizinha matou cinco pessoas. A ponte sobre o Curuçá era classificada pelo número “três”, ou seja, era considerada regular. O “três” refere-se a estruturas que possuem alguma insuficiência estrutural, mas que não apresentam comprometimento na estabilidade.
A reportagem investiga os impactos causados pelo desmoronamento de pontes em quatro estados brasileiros: Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Sul e Tocantins. No Brasil, 1.536 pontes em rodovias estão classificadas nessa categoria.
Segundo o levantamento obtido pelo Metrópoles, 1.950 pontes são consideradas “boas”. A vistoria que qualificou a ponte da BR-319 foi realizada em 22 de junho de 2021. A estrutura colapsou em novembro de 2022, e não houve vítimas fatais pois a ponte já estava interditada em razão da queda da estrutura sobre o Rio Curuçá. A ponte sobre o Curuça ficava a um quilômetro de distância.
Leia a reportagem “Um Brasil que desmorona” .
Levantamento obtido pelo Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) revela 775 pontes em estradas federais que estão condenadas. São estruturas que, após vistorias técnicas realizadas pelo órgão, foram consideradas em estado ruim ou crítico.
A queda de uma ponte, ainda que não resulte em vítimas fatais, sempre gera um bloqueio no caminho, atrapalha a vida dos que usam a estrada, dificulta a logística e encarece os produtos. Os desmoronamentos – causados, em sua maioria, por falta de manutenção – atrasam o país.
O Metrópoles diz que, nos bastidores, comenta-se que a vistoria das “obras de arte de engenharia” não tem sido feita com a frequência necessária devido à falta de pessoal. O Dnit trabalha com um déficit de 45% de analistas técnicos em infraestrutura. O ideal seria que o órgão tivesse 982 profissionais, sendo que atualmente há apenas 533 servidores da carreira na ativa.
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