Amazonas
Pelo 3º mês seguido, desmatamento na Amazônia é o maior em 10 anos, diz Imazon
‘Esse governo reverteu a tentativa de conter destruição da Amazônia’, diz ‘pai da sustentabilidade’, sociólogo britânico John Elkington, ao referir-se à gestão ambiental no Brasil.
A área desmatada em maio de 2021 chegou a 1.125 km², quase do tamanho do município do Rio de Janeiro; estrago é 70% superior a 2020. Uma área de floresta quase do tamanho do município do Rio de Janeiro foi desmatada na Amazônia Legal apenas em maio de 2021. Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram que foram detectados 1.125 quilômetros quadrados de desmatamento no período, maior saldo da série histórica para o mês dos últimos 10 anos.
Esta é a terceira vez consecutiva que a destruição no bioma bate o recorde em uma década: março e abril também registraram os piores índices desde 2012. As informações são do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que monitora a Amazônia Legal via satélites.
A área desmatada em maio deste ano foi 70% superior à registrada no mesmo período de 2020, que foi de 660 km². “Esse aumento expressivo em maio é muito preocupante porque estamos entrando na estação seca, que na maior parte da Amazônia Legal ocorre entre junho e setembro, quando historicamente são registrados os picos de desmatamento do ano”, comenta o pesquisador do Imazon Antonio Fonseca.
‘Pai da sustentabilidade’
Em recente evento sobre a adoção de princípios sociais, ambientais e de governança (ESG, na sigla em inglês), o sociólogo John Elkington, conhecido como “pai da sustentabilidade” destacou que é essencial que os governos também atuem nessas áreas, criando políticas públicas como impostos para emissão de carbono – o que não vem ocorrendo no Brasil.
“As empresas não conseguem fazer isso sozinhas, mesmo as maiores não conseguem. Elas podem fazer mudanças substanciais, mas dependem de governos para agir. Você tem de mudar o mercado onde elas atuam. Mas o reconhecimento da necessidade do governo está se espalhando rapidamente”, afirmou Elkington na manhã desta terça-feira, 15, em palestra online do Summit ESG, evento promovido pelo Estadão.
Criador do conceito “tripé da sustentabilidade” (segundo o qual, para uma empresa ser sustentável, ela precisa ser financeiramente viável, socialmente justa e ambientalmente responsável), Elkington destacou que países da União Europeia, além do Reino Unido e dos Estados Unidos, estão trabalhando para que uma transformação verde se viabilize. O mesmo, porém, não tem ocorrido na América do Sul e, principalmente, no Brasil, afirmou.
Elkington criticou os retrocessos na conservação da Amazônia, apesar de ponderar que esse problema não é restrito ao governo de Jair Bolsonaro. “Uma das minhas maiores preocupações – mas isso não é especificamente contra o governo Bolsonaro – é que esse governo reverteu o progresso de anos de tentar desacelerar a destruição da Amazônia.”
O inglês disse ainda que investidores e órgãos internacionais não deverão ajudar no trabalho de preservação ambiental do Brasil se o próprio governo não adotar iniciativas que façam isso. “O investidor de fora tem de ter confiança de que está investindo em cadeias de valor e de que o governo vai assegurar que pessoas normais não continuarão destruindo o ambiente. O governo precisa mostrar que o ambiente, nesse caso a Amazônia, é um ativo. Se não, ninguém vai investir no longo prazo.”
Com informações do portal Terra.
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