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Amazonas

No 1º ano de Wilson Lima, AM foi o único estado a aumentar a taxa de homicídios, diz Atlas da Violência

O Estado também foi o único a apresentar alta (5,4%) na taxa de mortalidade juvenil em 2019, com relação a 2018. A taxa de homicídios de jovens homens (15 a 29 anos de Idade) cresceu 6,9%.

Rio de Janeiro – Campanha contra homicídios de jovens negros pinta centenas de silhuetas de corpos no chão do Largo da Carioca (Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil)

O Amazonas foi o único Estado brasileiro a registrar aumento na taxa de homicídios entre 2018 e 2019, no primeiro ano da gestão do governador Wilson Lima (PSC), de acordo com o Atlas da Violência 2021, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira.

O Estado também foi o único a apresentar alta (5,4%) na taxa de mortalidade juvenil em 2019, em relação a 2018. A taxa de homicídios de jovens homens (15 a 29 anos de Idade) cresceu 6,9%.

Na comparação de 2018, a taxa de homicídios no Estado aumentou 1,6% e subiu de 37,8% para 38,4%, em 2019. O número de homicídios em 2019 foi de 1.592, contra 1.542 em 2018, com crescimento de 3,2%. O número de mortes violentas por causa indeterminada subiu de 19 para 37, um aumento de 94,7%.

Os homicídios no Brasil caíram 21% no mesmo período, de 57.956 para 45.503 -esse é o menor número de assassinatos no Brasil desde 1995, início da série histórica, mas o problema nas notificações indica que ele está subestimado.

Apesar de o Brasil ter apresentado uma redução de 18,4% nas mortes de mulheres entre 2009 e 2019, em 14 das 27 unidades da federação a violência letal contra mulheres aumentou. Neste período, os aumentos mais ex- pressivos foram registrados nos estados do Acre (69,5%), do Rio Grande do Norte (54,9%), do Ceará (51,5%) e do Amazonas (51,4%), enquanto as maiores reduções aconteceram no Espírito Santo (-59,4%), em São Paulo (-42,9%), no Paraná (-41,7%) e no Distrito Federal (-41,7%). No ano de 2019, os estados com as maiores taxas de homicídios de mulheres foram Roraima (12,5), Acre (7,5) e Amazonas (5,7), ainda que as três unidades da federação tenham apresentado reduções nesse indicador entre 2018 e 2019.

Indígenas e negros

Mais de 2 mil indígenas foram assassinados no Brasil entre 2009 e 2019 no Brasil, segundo o Atlas da Violência 2021. Nessa década, a taxa de mortes violentas de indígenas aumentou 21,6%, saindo de 15 por 100 mil habitantes, em 2009, para 18,3, em 2019, movimento oposto ao que ocorreu com a taxa de assassinatos em geral no país, que foi de 27,2 para 21,7 por 100 mil habitantes.

Segundo o Atlas, nos últimos dez anos, uma pessoa negra teve ao menos duas vezes mais riscos de ser assassinada do que qualquer outra no Brasil. Em 2019, essa diferença foi a segunda maior registrada no período: 2,6 vezes. Naquele ano, negros foram 75,7% das vítimas de homicídios no Brasil e eram 56,8% da população.

Pesquisa

A pesquisa anual reúne dados do Ministério da Saúde, principalmente do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade). Foi feita pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo IJSN (Instituto Jones dos Santos Neves), ligado ao governo do Espírito Santo.

Segundo o levantamento, a qualidade dessas informações vinha melhorando há mais de 15 anos, mas sofreu uma piora significativa em 2018 e 2019. Com isso, a parcela de óbitos sem definição sobre o total de mortes por causas externas dobrou de 6% para 12% em dois anos, pior patamar desde 1979.

Veja a íntegra da pesquisa.


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