Amazonas
Morte de Djidja completa 1 ano: irmão, mãe e integrantes de suposta seita religiosa foram condenados por tráfico
Djidja Cardoso foi encontrada morta dentro da própria casa, onde morava com a mãe e o irmão, em Manaus.

A empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido no Festival de Parintins, Djidja Cardoso, foi encontrada morta há um ano em dentro de casa, em Manaus. O caso ganhou repercussão nacional por envolver drogas, religião e crimes como tráfico e associação para o tráfico, resultando em condenações pela Justiça.
Djidja Cardoso nasceu em 3 de fevereiro de 1992 e ganhou notoriedade no Amazonas entre 2016 e 2020, ao interpretar a sinhazinha da fazenda do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins — personagem de destaque que representa a filha do fazendeiro na história do auto do boi, que embasa as apresentações.
Após se despedir do papel, Djidja passou a trabalhar ao lado da mãe e do irmão na administração da rede de salões de beleza “Belle Femme”, com unidades em Manaus e em Parintins. Nas redes sociais, compartilhava com os seguidores a rotina de treinos de musculação e seu amor por animais, principalmente cobras.
Djidja Cardoso foi encontrada morta dentro da própria casa, onde morava com a mãe e o irmão, em Manaus. Segundo uma fonte próxima à família, que não quis se identificar, parentes tentavam contato com ela por telefone e não conseguiam, então resolveram ir à casa da família. Ao entrarem no imóvel, por volta das 6h (horário de Brasília), encontraram o corpo da empresária sobre a cama.
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) apontou que causa da morte foi um edema cerebral, que comprometeu o funcionamento do coração e da respiração. No entanto, o documento não especifica o que provocou esse quadro clínico.
De acordo com o site g1, a principal hipótese da polícia é que a morte tenha sido provocada por uma overdose de cetamina. O g1 entrou em contato com a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que detém o laudo oficial da morte, para saber o que teria causado o quadro clínico de Djidja, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Dois dias após a morte de Djidja Cardoso, em 30 de maio, a Polícia Civil do Amazonas deflagrou a Operação Mandrágora, que resultou na prisão de Cleusimar e Ademar Cardoso — mãe e irmão da ex-sinhazinha — além de Verônica Seixas, Claudiele da Silva e Marlisson Vasconcelos, todos funcionários da família.
Segundo as autoridades, os presos eram responsáveis por fornecer e aplicar, de forma indiscriminada, a droga cetamina durante rituais religiosos realizados dentro do grupo liderado pela família.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência de Djidja, em unidades da rede de salões de beleza administrada por ela e na clínica veterinária onde a substância era adquirida. Durante a operação, foram apreendidas ampolas de cetamina, dezenas de seringas, agulhas, aparelhos celulares, computadores e documentos.
Segundo a Polícia Civil, os cinco presos eram, à época, apontados como integrantes de um grupo religioso denominado “Pai, Mãe, Vida”, que convencia seus seguidores de que o uso da droga cetamina permitiria a transcendência para outra dimensão e o alcançar da salvação espiritual.
Ao longo da investigação, também foram presos o ex-namorado de Djidja Bruno Roberto, o personal trainer da família Hatus Silveira, além de donos e funcionários de clínicas veterinárias suspeita de fornecer cetamina para o grupo.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, na época, o grupo já estava sob investigação havia pelo menos 40 dias antes da morte da ex-sinhazinha. As investigações indicavam, ainda, que algumas vítimas do grupo religioso foram submetidas a violência sexual e aborto.
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