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Amazonas

Mensagem: em plena crise na saúde, Wilson Lima elogia o próprio governo e ataca os críticos

O discurso foi feito um dia após o Amazonas alcançar mais de 8,2 mil mortos e 268,7 mil casos de Covid-19. E após o Amazonas virar notícia internacional pela falta de oxigênio nos hospitais, que matou dezenas de pessoas axfixiadas.

Na mensagem anual à Assembleia Legislativa do Estado (ALE), na manhã desta terça-feira, (02/02), o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) leu um texto em que atacou os críticos de sua gestão, elogiou o próprio governo e expôs números que, segundo ele, apontam a ampliação da rede estadual de saúde durante a pandemia do novo coronavírus . O discurso foi feito um dia após o Amazonas alcançar mais de 8,2 mil mortos e 268,7 mil casos de Covid-19.

O governador elogiou o presidente da República Jair Bolsonaro pela ação do governo federal na ajuda ao Estado no combate à pandemia de Covid-19. Não respondeu à acusação do presidente de que a culpa pelas mortes no Amazonas, inclusive as causadas pela falta de oxigênio nos hospitais, são dos governos estadual e municipal. Também nAo fez referência às acusações da Procuradoria da República de que ele liderou o esquema para compra superfaturada, em uma importadora de vinhos, de respiradores que não serviram para casos graves de Covid-19, no ano passado.

O governador que está há dois anos no cargo, voltou a comparar números da saúde do Estado de quando não havia a pandemia com o momento crítica em que vive o Estado, em uma nova crise que chocou o mundo inteiro, com o aumento exponencial no número de casos de de mortes. Disse que as prateleiras da Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) estavam “simplesmente vazias” há dois anos. O estoque, segundo o governador, aumentou de 12%, em 2018, para 75%, em 2021.

“Alguns dos que hoje cobram de mim, lá atrás não fizeram as cobranças devida. Hoje mudaram de postura e veem a pandemia como palco político, infelizmente. Ano passado, a Prefeitura de Manaus simplesmente virou as costas para a pandemia, fez de conta que não tinha responsabilidade com a saúde dos manauaras. Das mais de 200 Unidades Básicas de Saúde, o Executivo Municipal só disponibilizou 18 para atendimento da Covid. (…) E detalhe: só funcionavam de segunda a sexta e no horário comercial”, disse.

O governador disse que “o abandono da saúde é refletido no percentual de cobertura da atenção básica” e afirmou que Manaus tem o menor percentual de atendimento básico de saúde. Segundo ele, vidas poderiam ter sido salvas “se o executivo municipal tivesse feito a sua parte”.

De acordo com Lima, desde outubro de 2020, o Estado aumentou em 134% o número de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que saltou de 457 para 1.348. Segundo o governador, o Hospital Delphina Aziz, que tinha apenas dez leitos de UTI em 2018, agora tem 150 leitos e todos os andares estão sendo utilizados para atendimento.

O governador disse, ainda, que os 61 municípios receberam 875 leitos clínicos para atendimento de pacientes e o Amazonas elevou em 576% o número de Unidades de Cuidados Intermediários.

O falar sobre a falta de oxigênio que matou dezenas de pacientes de Covid-19 no Estado, disse que foi o vírus que fez a demanda do insumo crescer. “Assim que detectamos que teríamos problemas com o fornecimento, comunicamos o governo federal e montamos uma força-tarefa para normalizar o abastecimento. Hoje, temos uma situação mais estabilizada, mas ainda não resolvida”, disse.

A mensagem de 2020 foi no mesmo sentido da mensagem de 2019, antes da pandemia, quando Wilson Lima afirmou que o governo dele estava determinado a mudar para melhor a saúde pública do Amazonas. “A área de saúde exigiu uma atenção muito especial, e continua exigindo; afinal, são 40 anos de desacertos. Mas nós estamos muito determinados. Assumimos e vamos honrar o compromisso de fazer a mudança, rompendo com velhas práticas. E posso garantir que eu e minha equipe só vamos descansar quando essa mudança estiver completa”, disse, em pronunciamento presencial, no Plenário da ALE, no início dos trabalhos legislativos de 2020.

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