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Amazonas

Liderança Marubo contesta reportagem sobre indígenas do Amazonas viciados em pornografia após chegada de Starlink

Presidente da Associação Kapyvanaway da etnia Marubo, repudiou as publicações disseminadas e relatou o enorme desrespeito sofrido por conta de informações distorcidas.

Enoque Marubo. (Foto:Reprodução)

Na última semana, foram veiculadas informações de que os indígenas da tribo marubos, moradores do Vale do Javari, sul do Amazonas, estariam viciados em pornografia após a instalação da internet via Starlink, em abril deste ano. A contestação foi publicada pelo site O Juruá em Tempo.

Enoque Marubo, Presidente da Associação Kapyvanaway da etnia Marubo, repudiou as publicações disseminadas e relatou o enorme desrespeito sofrido por conta de informações distorcidas. “Estou aqui para repudiar as fake news que vem circulando pelo mundo na última semana, alegando que a entrada a internet nas nossas comunidades resultou em vício em pornografia. Essas afirmações são infundadas, mentirosas e só refletem uma corrente ideológica enviesada que desrespeita a nossa autonomia e a nossa identidade”, pontuou.

Segundo ele, essas narrativas foram divulgadas por um repórter do jornal americano The New York Times (NYT), que esteve na aldeia para observar os benefícios oriundos da implantação da internet, mas acabou seguindo por outra linha de raciocínio.

“Infelizmente, a reportagem recente do New York Times destacou mais os pontos negativos que resultaram na disseminação de uma visão distorcida e nos prejudicou. O repórter esteve conosco para fazer essa cobertura no meio da floresta. Ele foi tratado com muito respeito pelo povo, fornecemos lugar para ele dormir, alimentamos, ele recebeu todos os cuidados de forma cordial que o povo Marubo sempre faz com seus visitantes. Mas, não sei o motivo pelo qual ele seguiu essa linha distorcida que resultou nessas fake news”, explicou o líder indígena.

Diante dessa situação, Enoque repudiou todas as publicações veiculadas nos últimos dias e destacou a importância da rede de internet para a comunidade, especialmente para pedir resgates e salvar vidas.

“A internet em nossas comunidades é uma ferramenta muito importante e eu posso citar vários exemplos disso. Ela salva vidas, isso já seria o suficiente. Ela facilita a comunicação com parentes que vivem distantes, auxilia professores na sala de aula, permite uma comunicação rápida entre as comunidades e é também uma ferramenta muito importante para a nossa segurança territorial”, destacou ele.

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