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Amazonas

Ipea: desemprego cresce e rendimento cai no Amazonas no 2º trimestre de 2019

O desemprego chegou a 13,9% e os rendimentos médios reais habitualmente recebidos a R$ 1.708. Na Região Norte, o desemprego chegou a 11,8%, na média dos Estados.

O desemprego cresceu 6% e o rendimento médio mensal no Amazonas caiu 2,3% no segundo trimestre deste ano. Esta é uma das conclusões da seção de Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta quarta-feira, 18. O desemprego chegou a 13,9% e os rendimentos médios reais habitualmente recebidos a R$ 1.708. Na Região Norte, o desemprego chegou a 11,8%, na média dos Estados.

No que diz respeito à subutilização no mercado de trabalho, os indicadores mostram que, assim como ocorre com a taxa de desemprego, os maiores contingentes de trabalhadores subocupados, proporcionalmente ao total da ocupação, encontram-se nas regiões Norte e Nordeste. Segundo o gráfico b.7, os maiores níveis de sub-ocupação estão nos estados do Piauí, Sergipe e Bahia, onde 21,4%, 17,4% e 16,0%, respectivamente, da PO tem disponibilidade e quer trabalhar mais que quarenta horas semanais.

No sentido contrário, Santa Catarina e Rio de janeiro registram as menores taxas de subocupação – 2,8% e 3,8%, respectivamente. De modo similar à subutilização, o número de desalentados como proporção da PIA é substancialmente mais elevado no Norte e no Nordeste do país, com destaque negativo para Maranhão e Alagoas, onde se verifica que 11,3% e 8,6% dos trabalhadores em idade produtiva não estavam sequer procurando emprego por conta do desalento.

Na desagregação salarial por diferentes recortes, os microdados mostram que, de uma maneira geral, a maior parte dos segmentos aponta uma queda de rendimentos reais, conforme mostra a tabela 4. Em termos regionais, no primeiro trimestre de 2019, as expansões ocorreram no Nordeste e no Sul, com taxas de 0,5% e 1,9%, respectivamente. O destaque negativo foi, pelo terceiro trimestre consecutivo, a região Norte, com queda de 2,3%. O corte por gênero revela que os rendimentos recebidos pelas mulheres continuam apresentando variação superior à registrada pelos homens.

Brasil

Enquanto as famílias de renda muito baixa registram um recuo de 1,4% nos seus rendimentos médios reais no 2º trimestre de 2019, o segmento mais rico da população aponta uma alta salarial de 1,5%, o que evidencia o aumento da desigualdade. Esta é uma das conclusões da seção de Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta quarta-feira, 18.

O documento ressalta que a diferença salarial entre os domicílios mais ricos e os mais pobres é explicada, em parte, por um aumento mais forte da inflação nas classes de renda mais baixa. De acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, essa parcela da população foi mais impactada pelos reajustes de energia elétrica, tarifas de ônibus e medicamentos, no período em questão.

A pesquisa do Ipea traz ainda os dados abertos por faixa etária: no 2º trimestre de 2019, apenas o segmento dos trabalhadores com mais de 60 anos não apresentou recuo na taxa de desocupação, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Entre os trabalhadores mais jovens, ainda que com patamar elevado, o desemprego apontou maior retração em termos absolutos, passando de 26,6% para 25,8%, entre 2018 e 2019. Ao contrário dos trimestres anteriores, em que a queda da desocupação entre os jovens era decorrente, sobretudo, da contração da força de trabalho, no 2º trimestre de 2019 a expansão de 1,7% da ocupação foi a principal responsável por esta melhora de desempenho.

Em sentido contrário, mesmo diante de uma alta de 5,3% da população ocupada com mais de 60 anos, a taxa de desemprego deste segmento avançou 0,4 p.p., passando de 4,4% para 4,8%, repercutindo a alta de 5,7% da força de trabalho mais idosa. Na comparação interanual, a desocupação dos trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos e entre 40 e 59 anos passou de 11,5% e 7,5%, respectivamente, em 2018, para 11,1% e 7,2%, em 2019.

Já o recorte por grau de escolaridade sinaliza que, excetuando-se o grupo de trabalhadores com o ensino fundamental completo, todos os demais subgrupos registraram redução da desocupação no 2º trimestre de 2019. Embora a maior retração absoluta tenha ocorrido entre os trabalhadores com ensino médio incompleto (0,6 p.p.), em termos relativos, os recuos mais expressivos ocorreram nos segmentos extremos, ou seja, com instrução fundamental incompleta e superior. Deve-se ressaltar, no entanto, que a queda de 4% na desocupação de ambos os grupos foi gerada por movimentos distintos. Enquanto o recuo do desemprego entre os mesmos escolarizados veio de uma retração de 3,4% da força de trabalho diante de uma queda de 2,9% na ocupação, entre os mais educados a melhora da desocupação veio pela expansão da população ocupada (6,3%) e pelo ritmo superior à expansão da população economicamente ativa (5,9%).

Por fim, os dados do Caged indicam que, a partir do 2º semestre de 2018, a geração de novos postos de trabalho com carteira assinada no país voltou a apresentar maior dinamismo, de modo que, no acumulado em 12 meses, até́ julho de 2019, a economia brasileira havia criado 521,5 mil novos empregos formais. Houve uma recuperação também dos salários médios de contratação, embora mantenham-se, historicamente, abaixo dos salários de demissão.

Na sua grande maioria, os trabalhadores demitidos são aqueles com menos tempo de permanência no emprego. Na média dos últimos 12 meses, enquanto na indústria, no comércio e nos serviços quase a metade dos demitidos estava trabalhando há́ menos de um ano, na construção civil esse percentual avança para 62%. Em contrapartida, a menor parcela dos trabalhadores dispensados é formada por aqueles que possuíam mais de cinco anos de permanência no emprego. Se na indústria de transformação essa parcela corresponde a 14%, na construção civil não chega a 5%.

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