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IBGE: Rendimento per capita é recorde no Brasil; no Amazonas, é o terceiro menor do país

Os 10% da população brasileira com os maiores rendimentos recebem 13,4 vezes o que ganham os 40% da população com os menores rendimentos.

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Depois do Maranhão (R$ 1.078, com o menor valor, e do Ceará (R$ 1.210), o Amazonas (R$ 1.231) ficou em terceiro lugar entre os estados com menor valor de rendimento mensal real domiciliar per capita, em 2024, d e acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (08/05).

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Em 2024, o Brasil registrou a menor diferença entre os maiores e os menores rendimentos desde 2012. Os 10% da população brasileira com os maiores rendimentos recebem 13,4 vezes o que ganham os 40% da população com os menores rendimentos.

O rendimento mensal real domiciliar per capita também chegou ao maior valor da série em 2024: R$ 2.020, com alta de 4,7% ante 2023. Em relação a 2012 (R$ 1.696), ano inicial da série histórica, a elevação foi de 19,1%. O Nordeste apresentou o menor valor (R$ 1.319) e o Sul, o maior (R$ 2.499). Entre as unidades da federação, o Distrito Federal (R$ 3.276) liderava, com São Paulo (R$ 2.588) e Santa Catarina (R$ 2.544) a seguir. O menor valor foi do Maranhão (R$ 1.078), seguido por Ceará (R$ 1.210) e Amazonas (R$ 1.231).

Já o rendimento de todas as fontes, da população residente com rendimento, aumentou 2,9% frente a 2023, atingindo R$ 3.057 em 2024, recorde da série histórica. Igualmente, outros indicadores atingiram seus maiores valores reais desde 2012: o rendimento habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 3.225) e o de programas sociais do governo (R$ 836).

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Apesar das altas, as diferenças regionais permaneceram bastante acentuadas: a Região Sul registrou o maior valor (R$ 3 576), seguida pelas regiões Centro-Oeste (R$ 3 569) e Sudeste (R$ 3 497), enquanto o menor foi verificado na Região Nordeste (R$ 2 080). De 2023 para 2024, destaca-se o crescimento do rendimento de todas as fontes nas regiões Sul (9,5%) e Nordeste (6,1%), enquanto a Região Norte apresentou oscilação negativa de 1,0%.

Em relação a 2019, a variação mais acentuada foi observada na Região Norte (11,6%), seguida pelas regiões Sul (8,8%) e Centro-Oeste (8,7%). Na Região Sudeste, por outro lado, com uma oscilação de apenas 0,1%, o valor médio do rendimento de todas as fontes praticamente não se alterou nesse intervalo de cinco anos.

População com rendimento também é recorde em 2024

Os patamares recordes dos principais tipos de rendimentos em 2024 estão associados aos aumentos da população com rendimento (143,4 milhões), da população com rendimento habitual do trabalho (101,9 milhões) e da população recebendo aposentadoria e pensão (29,2 milhões). Esses três grupos estão com seus maiores contingentes desde 2012, quando começa a série histórica da PNAD Contínua.

Já a população que recebe benefícios provenientes de programas sociais do governo também cresceu, indo de 18,6 milhões em 2023 para 20,1 milhões em 2024. No entanto, apesar da alta, esse contingente de beneficiários está longe do auge da série (27,5 milhões), atingido em 2020, durante a pandemia de Covid-19.

Rendimento do trabalho continua com a maior participação

A participação do rendimento do trabalho na composição do rendimento domiciliar per capita cresceu de 74,2% para 74,9%, de 2023 para 2024. Apesar da alta, essa proporção ainda está abaixo da máxima da série (76,9%) atingida em 2014.

Segundo Gustavo Fontes, analista do IBGE, “ao longo da série histórica da PNAD Contínua, o rendimento do trabalho tem respondido por aproximadamente três quartos do rendimento domiciliar. Entre 2023 e 2024, a parcela do rendimento de todos os trabalhos no rendimento domiciliar teve uma pequena variação positiva, o que reflete o dinamismo do mercado de trabalho no último ano, com a expansão do rendimento médio do trabalho, da população ocupada e, consequentemente, da massa de rendimentos do trabalho, que atingiu o maior valor da série histórica”.

A participação dos programas sociais no rendimento domiciliar per capita variou de 3,7% para 3,8%, de 2023 a 2024, ficando bem abaixo do ápice da série (5,9%), atingido em 2020, durante a pandemia. No entanto, essa participação ficou acima do período pré-pandemia: em 2019 (1,7%). A proporção de domicílios do país com algum beneficiário do programa Bolsa-Família chegou ao auge da série histórica (19,0%) em 2023 e recuou ligeiramente (18,7%) em 2024.

Aposentadoria lidera entre os rendimentos de outras fontes

Entre as categorias que compõem o rendimento proveniente de outras fontes, a aposentadoria e pensão manteve-se como maior valor médio em 2024 (R$ 2 528), com pequena oscilação frente a 2023 (R$ 2 512), mas ainda permanecendo 3,1% abaixo do observado em 2019 (R$ 2 608).

Entre 2023 e 2024, a participação da categoria aposentaria e pensão recuou de 17,5% para 16,8% na composição do rendimento domiciliar per capita, no País. O rendimento proveniente de aposentadoria e pensão apresentou diferenças regionais importantes. O Nordeste apresentou a maior participação (19,9%), seguido pelo Sul (17,1%) e Sudeste (16,6%). Já nas Regiões Norte e Centro-Oeste, as participações foram de 14,0% e 13,6%, respectivamente

Desigualdade cai ao menor nível desde 2012

Embora ainda permaneçam em patamares bastante elevados, três indicadores que avaliam as desigualdades de rendimento na PNAD Contínua caíram aos menores níveis da série histórica, iniciada em 2012. Em 2024, os 10% da população com os rendimentos mais elevados recebiam o equivalente a 13,4 vezes o rendimento dos 40% da população com os menores rendimentos. Essa foi a menor razão da série histórica, que atingiu seu pico (17,1 vezes) em 2018.

Para Gustavo, “em 2024, o rendimento médio domiciliar per capita dos 40% da população com menores rendimentos chegou ao maior valor da série histórica. Entre os fatores que podem explicar tal crescimento, estão o dinamismo do mercado de trabalho nos últimos anos, com a elevação do nível de ocupação e o crescimento do rendimento médio do trabalho, inclusive nos décimos mais baixos, bem como os reajustes do salário mínimo e o recebimento de benefícios de diferentes programas sociais do governo”.

Já o 1% da população com maiores rendimentos recebia o equivalente a 36,2 vezes o rendimento dos 40% com a menor renda. Essa também foi a menor razão entre esses dois segmentos, em toda a série da pesquisa. O auge desse indicador (48,9 vezes) foi atingido em 2019.

Por fim, o índice de Gini do rendimento mensal real domiciliar per capita também chegou ao seu menor nível na série histórica: 0,506. O Gini mais alto da série (0,545) ocorreu em 2018. Esse indicador mede a concentração de renda e varia de 0 (máxima igualdade) a 1 (máxima desigualdade).

Gustavo destaca que, “entre 2023 e 2024, o aumento no rendimento per capita ocorreu com maior intensidade no limite inferior da distribuição (ou seja, nas classes de menor renda), enquanto no extremo superior das classes de renda, o crescimento do rendimento per capita ficou bem abaixo da média nacional”.


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