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Amazonas

Grupo francês arremata lote no leilão que inclui aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus

Para o grupo francês, a região amazônica representa uma sinergia com sua operação na Guiana Francesa, que tem voo direto para a capital francesa. A empresa francesa Vinci já administra o aeroporto Charles De Gaulle, em Paris.

Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, será gerenciado por empresa francesa. (Foto:Divulgação/Infraero)

A empresa francesa Vinci, que administra o aeroporto Charles De Gaulle, em Paris, conquistou , nesta quarta-feira, 7/4, o bloco Norte no primeiro da série de três leilões de concessões em infraestrutura que o Ministério da Infraestrutura batizou de InfraWeek. No bloco Norte está o aeroporto internacional Eduardo Gomes, em Manaus -considerado pelo arrematante como principal ativo da região por escoar boa parte das exportações realizadas pela Zona Franca-, e os aeroportos de Tabatinga e Tefé, também no Amazonas.

O grupo francês, que já opera o aeroporto de Salvador (BA), ofereceu inicialmente R$ 420 milhões pelo bloco, contra R$ 50 milhões do consórcio Aerobrasil, grupo que administra o aeroporto de Belo Horizonte junto com os operadores Zurich Airport International (Suíça) e Munich Airport International (Alemanha).

O novo concessionário terá ainda de gerenciar e investir na melhoria dos aeroportos de Porto Velho (RO), Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC), Tabatinga e Tefé (AM) e Boa Vista (RR). O compromisso de investimento será de R$ 1,4 bilhão.

Para o grupo francês, a região amazônica representa uma sinergia com sua operação na Guiana Francesa, que tem voo direto para Paris.

Em português, o presidente da Vinci Airport, Nicolas Notebaert, disse que a entrada do grupo na região Norte está atrelada a uma estratégia de consolidar a atuação do grupo no Brasil e na América Latina, além de estimular “aeroportos verdes”, que respeitem políticas ambientais.

“Estamos quase dobrando a quantidade de equipamentos na região [com este leilão] e queremos criar aeroportos verdes para a região com nossa política de desenvolvimento sustentável”, disse Notebaert.

“Acreditamos no potencial desses aeroportos [do Norte] na recuperação pós pandemia pelo seu potencial de carga e logística para o escoamento dos produtos. Estamos confiantes na perspectiva de crescimento das indústrias de alto valor, de eletrônicos, e os aeroportos desempenham papel fundamental.”

Além do bloco Norte, mais dois blocos de aeroportos foram leiloados, todos eles com disputa entre interessados. No total, o governo federal arrecadou R$ 3,3 bilhões no primeiro da série de três leilões de concessões em infraestrutura que o Ministério da Infraestrutura batizou de InfraWeek.

Após o leilão, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, disse que o resultado positivo em meio à pandemia é uma vitória do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Começamos nossa InfraWeek com o pé direito. Diziam que a gente era louco de colocar projetos em meio à pior crise no setor aeroportuário. Faremos leilão de 28 ativos e teremos 28 sucessos. É uma grande vitória do presidente Bolsonaro”, afirmou.

A Companhia de Participações em Concessões, do grupo CCR, levou dois dos três blocos e foi responsável pelo maior lance, de R$ 2,1 bilhões, pelo bloco Sul, composto por nove aeroportos na região Sul do país, incluindo os de Curitiba e Foz do Iguaçu, no Paraná.

A oferta equivale a um ágio de 1.534,36% e ao dobro da segunda proposta, feita pela espanhola Aena, que ofereceu R$ 1,05 bilhão. O bloco teve ainda um terceiro interessado, Infraestrutura Brasil Holding, que ofereceu R$ 300 milhões.

Além de Curitiba e Foz do Iguaçu, o bloco inclui os aeroportos Navegantes (SC), Londrina (PR), Bacacheri (PR), Joinville (SC), Pelotas (RS), Uruguaiana (RS) e Bagé (RS). O contrato prevê investimentos de R$ 2,85 bilhões.

A Companhia de Participações em Concessões levou também o bloco Central, com proposta de R$ 754 milhões, ágio de 9.156%. Nesse bloco, estão os aeroportos de Goiânia, São Luiz, Teresina. Palmas e Petrolina.

Os contratos de concessão leiloados nesta quarta têm duração de 30 anos. O leilão é a sexta rodada de concessões aeroportuárias realizado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Na quinta (7) e na sexta (8), o governo leiloará ainda a Fiol (Ferrovia de Integração Oeste Leste) e cinco terminais portuários. Pelas estimativas do Ministério da Infraestrutura, os projetos desta fase de concessões públicas têm potencial para gerar 200 mil empregos diretos e indiretos.

“O apetite do mercado por essas concessões mostra como os projetos de concessões de infraestrutura no país seguem avançando e como os investidores têm confiança no país, mesmo em um cenário de muita dificuldade”, disse o vice-presidente Financeiro, Corporativo e de Relações com Investidores, Daniel Sonder.

Os leilões da Infra Week servirão de teste com os investidores para as próximas rodadas deste ano, que contarão com até 50 projetos. Dentre eles estão as BRs 153 e 163, a Novadutra, os portos do Espírito Santo e de Santos e outros 16 aeroportos, incluindo Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).

Juntos, esses empreendimentos devem atrair mais R$ 84 bilhões e gerar 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos. Deste total, o setor ferroviário deve concentrar R$ 41,6 bilhões em investimentos, seguido pelos terminais portuários (R$ 32 bilhões).

O calendário de leilões entrou na propaganda oficial do governo Jair Bolsonaro (sem partido) como “o maior programa de concessões de infraestrutura do mundo”.

Com informações da Folha.

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