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Amazonas

Governador do Amazonas usa “viradão” de vacina com filas e aglomeração para se promover

O epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, chamou a ação do governo de “populismo sanitário”. “… tentam apagar do imaginário popular as duas tragédias sanitárias que horrorizaram a humanidade em 2020 e 2021″.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSD) tentou se promover, na manhã deste sábado, participando da abertura de um “mutirão” para vacinar pessoas entre 45 e 51 anos de idade, onde foram registradas longas de filas de carros e aglomeração de pedestres, em diferentes pontos de Manaus. Desde as primeiras horas do dia, antes mesmo da abertura, os postos de vacinação registravam filas e aglomeração de pessoas.

 

Wilson Lima esteve nos postos da Arena da Amazônia, onde passou entre as pessoas que esperavam nas filas, cumprimentado-as. Algumas recusaram os cumprimentos do governador. “A ação que estamos fazendo aqui é em parceria com a Prefeitura (de Manaus), aliás é a Prefeitura que tem a competência de fazer a vacinação e nós estamos oferecendo todo esse complexo, oferecendo profissionais, são mais de 3 mil profissionais do governo do Estado envolvidos nesse processo para que a gente faça esse viradão”, disse o governador aos repórteres.

“Populismo”

O epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, chamou a ação do governo de “populismo sanitário”. “Governo Estadual e Prefeitura tentam apagar do imaginário popular as duas tragédias sanitárias que horrorizaram a humanidade em 2020 e 2021. Manaus está em plena retomada dos contágios do Sars-Cov-2 e a atrasada na vacinação. Segundo ele, a vacinação de tantas pessoas de uma só vez, aumentará o risco de contaminação de quem vai para a fila, de seus acompanhantes e da cadeia de contatos.

Isto, na prática, disse o epidemiologista, resultará em “desperdício” de doses nos prováveis contaminados e gerará uma sobrecarga desnecessária sobre os exaustos trabalhadores de saúde que estão sendo forçados a participarem de mais essa insanidade sanitária neste fim de semana. “Tudo que é feito às pressas não termina bem, vejamos se as autoridades terão coragem de divulgar a evolução de casos novos nas duas semanas seguintes e o total de exames RT-PCR realizados em Manaus”, disse.

Para ele, a vacinação de um contingente tão grande de pessoas (o tamanho da faixa etária de 40 anos é quase o dobro da de pessoas na faixa etária dos 50 anos) deveria estar ocorrendo em espaço de tempo maior, otimizando não só recursos financeiros e humanos, como também contribuindo para a menor dispersão viral.

Segundo a Prefeitura de Manaus, 64 locais de vacinação distribuídos pela capital, incluindo 56 salas de imunização em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), funcionam das 9h às 17h no “mutirão”. Desses espaços, três funcionarão por 32 horas, ininterruptamente, das 9h de sábado às 17h de domingo. (veja os endereços abaixo). Conforme o planejamento anunciado pelo Estado e Prefeitura, no sábado (12) será vacinada a população de 45 a 51 anos e no domingo (13) a faixa etária de 40 a 44 anos.

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