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Amazonas

Estudo inédito diz que destruição da Amazônia está perto de não ter mais recuperação

Pesquisadores dizem que ao se aproximar do ponto de não retorno, a floresta não terá mais capacidade de se regenerar.

mais de três quartos da Amazônia já demonstram dificuldades em se recuperar. (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Um estudo publicado nesta segunda-feira (07) pelo jornal Nature Climate Change revelou que a Amazônia se aproxima de seu ponto de inflexão, ou seja, do não retorno. A capacidade de recuperação da floresta diminuiu nos últimos 20 anos e estiagens, queimadas, além dos efeitos das mudanças climáticas, estão levando o bioma a perder resiliência, ameaçando espécies de plantas e animais.

Pesquisadores afirmam que o fenômeno está sendo observado nas últimas duas décadas e que, ao se aproximar do ponto de não retorno, a floresta não terá mais capacidade de se regenerar. Segundo o estudo, mais de três quartos da Amazônia já demonstram dificuldades em se recuperar de eventos como estiagens e queimadas para um estado mais saudável. As regiões que recebem menos chuvas são as mais afetadas.

Os cientistas examinaram mês a mês as mudanças na maneira como a floresta reagiu às flutuações nas condições do tempo nos últimos 20 anos, tempo suficiente para que a resiliência da floresta possa ser avaliada. Segundo os dados obtidos, a capacidade de resistência da Amazônica diminuiu, em particular, nas estiagens de 2005 e 2010, como parte de um declínio observado desde o início dos anos 2000 até 2016, quando os dados mais recentes foram coletados. “Em regiões mais próximas ao uso humano da terra, como áreas urbanas e terras de cultivo, as florestas tendem a perder resistência mais rapidamente”, explicou um dos autores do estudo, Chris Boulton, do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter, no Reino Unido.

Para chegar às conclusões, os pesquisadores observaram dados de satélite que estimam a quantidade de biomassa – árvores e outras plantas e vegetações – em uma determinada área, assim como a quantidade de água nas árvores e vegetação verde. Esses são indicadores da saúde e da resistência da floresta. As estações mais secas na bacia amazônica se tornaram mais longas, e as estiagens, cada vez mais comuns e mais graves, com a intensificação das mudanças climáticas. “Como resultado, podemos esperar que a floresta se recupere mais lentamente de uma estiagem do que teria feito há 20 anos”, conclui Boulton.

Quanto mais áreas de floresta são desmatadas ou queimadas, menos resistente se torna a Amazônia. O bioma poderá atingir um ponto crucial de irreversibilidade, onde perderá parte significativa de sua cobertura de florestas e se tornará um ecossistema mais aberto, como o cerrado, ou ainda florestas menores e mais secas. Isso significaria a morte da Amazônia como floresta úmida, afirmam os cientistas, com consequências devastadoras para a biodiversidade. Não está claro quando esse ponto crucial poderá ser atingido, ou quanto tempo levaria para a floresta se transformar em um ecossistema como o cerrado.

Ainda, segundo o estudo, é essencial reduzir o desmatamento na Amazônia para evitar os impactos das mudanças climáticas, já que a floresta pode absorver uma enorme quantidade de dióxido de carbono.

A informação é do UOL.

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