Amazonas
Em abertura de Congresso, em Manaus, ministra Marina diz que quer educar para a sustentabilidade
Evento é promovido com o apoio do MMA em Manaus (AM).

A necessidade de cooperação entre as os países para viabilizar a sustentabilidade foi destacada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na abertura do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa. A cerimônia foi realizada na noite de segunda-feira (21/7), em Manaus (AM). O evento é promovido com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e segue até a próxima sexta-feira (25/7).
“Queremos educar para a sustentabilidade. Nos unimos e tornamos possível esse congresso de educação ambiental. Isso é uma demonstração de que é possível a cooperação”, afirmou a ministra.
A fala ocorreu após a ministra analisar o contexto da geopolítica mundial. Para Marina Silva, o momento é de “olhar de baixo para cima”. “Acima de nós está o enfrentamento da mudança do clima, acima de nós está a defesa da democracia, acima de nós está o combate à desigualdade, ao racismo, ao machismo, à homofobia, isso é educar para a sustentabilidade”, acrescentou.
Ainda em sua fala, a ministra enfatizou a relevância da educação ambiental para a implementação efetiva de uma nova etapa de desenvolvimento que não deixe ninguém para trás. “Educar para a sustentabilidade significa a gente sair do ideal do ter para o ideal do ser, porque há limites para ter, mas não há limites para ser”, complementou.
A solenidade contou, ainda, com a presença da secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Katia Schweickardt, representando o ministro da pasta, Camilo Santana. Ela ressaltou que o Brasil e os países africanos que falam a língua portuguesa têm origem na colonização, na desigualdade e no racismo, “e isso vem juntando a gente para lutar por justiça climática, por justiça ambiental”.
Schweickardt explicou que o MEC tem liderado a pauta da educação ambiental de forma transversal e estrutural em todas as etapas de formação de crianças e jovens, sobretudo para “aqueles que são mais socialmente vulnerabilizados”. “Ao lado dessas pessoas, a gente vai, de fato, conseguir mostrar para o mundo a potência de quem nós somos, a potência dos povos e populações que vivem às margens dos rios e embaixo da copa das árvores, as pessoas que cuidam da floresta para que a agente possa continuar existindo como gente e como planeta”, reforçou.
Já o secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Costa Taveira, enfatizou a relevância e os desafios para a construção da educação ambiental efetiva, integrada e acessível para todos, para que contribua, de fato, com a construção de uma “cidadania crítica, sensível e coletiva”. “No estado do Amazonas, território de florestas, águas e povos diversos, a educação ambiental é um instrumento de empoderamento. É ela que fortalece o protagonismo da juventude ribeirinhas, indígenas, quilombolas e urbanas. É ela que mobiliza a sociedade na defesa da vida, do território e do bem comum”, afirmou.
Além do MMA, o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa é organizado pelo MEC, a Rede Lusófona de Educação Ambiental (Redeluso) e o governo do Amazonas.
A iniciativa é considerada o maior evento da lusofonia voltado à temática socioambiental, com a participação de aproximadamente 1,6 mil pessoas de dez países, entre representações de governos, universidades, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e comunidades tradicionais.
A edição deste ano do congresso tem como tema “Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver”. As discussões a serem realizadas até sexta-feira em Manaus têm como centro a COP30, Conferência do Clima da ONU que ocorre em novembro em Belém (PA).
A primeira edição do congresso foi realizada em 2007, em Santiago de Compostela, na Espanha. Já a segunda, foi promovida em Cuiabá (MT), no ano de 2013. Depois disso, a iniciativa passou a ocorrer a cada dois anos – 2015, em Torreira, em Portugal; 2017, em Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe; 2019, em Arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau; 2021, em Mindelo, em Cabo Verde; e 2023, em Maputo, em Moçambique.
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