Amazonas
Deputado diz que vídeo comprova que Governo do AM adotou tratamento precoce e que manauaras viraram cobaias
Segundo Dermilson Chagas, vídeo, gravado em Manaus, no Centro de Convenções Vasco Vasques, no dia 11 de janeiro, comprova que o Governo do Amazonas estava alinhado com o Governo Federal.
O deputado estadual Dermilson Chagas (Podemos) apresentou, nesta terça-feira (1º), um vídeo, gravado em Manaus, no Centro de Convenções Vasco Vasques, no dia 11 de janeiro, em evento organizado pelo Estado, que, segundo ele, comprova que o Governo do Amazonas estava alinhado com o Governo Federal na adoção do tratamento precoce, sem eficácia comprovada, e que Manaus foi utilizada como cobaia na a tese de que existe imunidade de rebanho.
No vídeo, em uma solenidade para apresentação do Plano Estratégico de Enfrentamento à Covid-19 no Amazonas, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do governo federal, (SGTES/MS), Mayra Pinheiro, informa que o Governo Federal repassou uma série de recursos – entre verbas federais, medicamentos, como a hidroxicloroquina, equipamentos, profissionais da saúde para atuar em Manaus etc. – para o Amazonas e para os municípios do interior do estado.
“Sobre os medicamentos, foram distribuídos mais de 1 milhão de cápsulas de oseltamivir, pelo risco de curso simultâneo da Covid-19 com a H1N1. Foram distribuídos e entregues, agora, em janeiro, 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina para o tratamento precoce da doença e mais de 9 mil unidades de medicamentos para uso durante a intubação”, afirma Mayra Pinheiro no vídeo. No mesmo evento, foi realizado o lançamento do TrateCOV, o projeto-piloto do Ministério da Saúde para ser utilizado na Atenção Primária à Saúde (APS) na detecção de casos de Covid-19 precocemente.
Dermilson Chagas explicou que o Governo do Amazonas divulgou, no dia 6 de janeiro de 2021, a informação de que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Central de Medicamentos do Amazonas (Cema), auxiliou a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, com a doação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e medicamentos, dentre eles os remédios prescritos para tratamento precoce preconizado pelo Governo Federal.
Ele cita o trecho da matéria divulgada: “Foram doadas nesta semana 2 mil luvas e 5 mil máscaras cirúrgicas. Também serão doados à Semsa 5 mil comprimidos de Azitromicina e 2 mil comprimidos de Ivermectina. Os insumos e medicamentos serão utilizados pelo município nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que atendem casos de Covid-19”.
Dermilson Chagas também informou que tem os arquivos salvos de todas as matérias enviadas pela Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) que comprovam que o Governo do Amazonas chancelou o tratamento precoce preconizado pelo Governo Federal e que o Estado ajudou na execução da implementação desse projeto no Amazonas, principalmente na capital.
“Esse vídeo mostra de forma bem clara as palavras da Mayra Pinheiro: tratamento precoce com hidroxicloroquina. Aquilo que o senador Omar (Aziz) falou é verdade. Manaus foi cobaia, e o Wilson Lima foi conivente com isso. O governador aprovou esse tratamento com hidroxicloroquina. O TrateCOV foi lançado nesse dia. E como resultado disso houve uma mulher grávida que morreu por nebulização com hidroxicloroquina. E também tem um médico que estava nessa palestra e que foi nas UBS incentivar o tratamento precoce com hidroxicloroquina. Então, é preciso entender que o Governo do Estado foi um dos maiores apoiadores do Governo Federal à utilização do tratamento precoce, como a própria Mayra vem falando no vídeo em que incentiva o Estado do Amazonas e o Município ao tratamento precoce”.
Repúdio
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) apoiou a denúncia feita por Dermilson Chagas e disse que a secretária Mayra Pinheiro e quem a apoiou merecem o repúdio dos amazonenses por terem insistido em um tratamento que a ciência já comprovou que é totalmente ineficaz.
“É profundamente lamentável que o Amazonas tenha entrado como cobaia nessa história. E, inclusive, essa senhora (referindo-se a Mayra Pinheiro), fez uma carta às UBS cobrando, e ela deu uma entrevista dizendo que o problema aqui era que não estavam fazendo o tratamento precoce. O nosso problema era oxigênio, e ela vem aqui dar cloroquina pro povo. Ela merece o nosso repúdio e quem compactuou com isso também”, comentou o parlamentar, destacando que o pesquisador Marcos Lacerda já havia demonstrado, através de pesquisa, a ineficácia da cloroquina no tratamento da Covid-19.
Mais alinhamento
Dermilson lembrou, ainda, que em 4 de janeiro de 2021, o Governo do Amazonas recepcionou a equipe do Ministério da Saúde (MS) que veio a Manaus para cumprir agenda em hospitais de atendimento a pacientes com Covid-19 (Delphina Aziz, 28 de Agosto, Getúlio Vargas, João Lúcio e Platão Araújo) e na Central de Medicamentos do Amazonas (Cema).
“A medida busca acompanhar o trabalho executado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) no enfrentamento ao coronavírus, bem como apresentar sugestões e definir estratégias tanto em nível estadual quanto municipal”, diz um trecho do press release da Secom, apresentado pelo deputado, mostrando o alinhamento com o Governo Federal e que o governador Wilson Lima esteve presente em todas as visitas.
A Secom também informou, em 6 de janeiro de 2021, segundo o deputado, que o Governo do Amazonas, por meio da SES-AM, compartilhou as orientações repassadas pelo Governo Federal para o município, conforme os trechos da matéria a seguir: “O secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, informou que, durante as tratativas com a equipe de transição da Prefeitura de Manaus, no final de 2020, a Semsa havia comunicado a necessidade de reforço de seus estoques de medicamentos e EPIs. Com o início da nova gestão municipal, a SES-AM está prestando esse auxílio inicial ao município. ‘Nós estamos apoiando a Prefeitura de Manaus nesse início de gestão. Já mandamos máscaras e luvas, e estamos mandando agora, atendendo a um pedido feito, Ivermectina e Azitromicina, para que as UBSs já comecem a dispensar esses medicamentos’, afirmou o secretário estadual de Saúde”.
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