Conecte-se conosco

Amazonas

Defesa de policiais militares e guarda municipal presos negam estupro de indígena presa no Amazonas e alegam ‘foto forjada’

A defesa de indígena refuta as alegações. O advogado que entrou com a ação, Dacimar de Souza Pereira, refuta a acusação de que a foto foi forjada e diz que a imagem foi feita no corredor da unidade.

defesa-de-policiais-militares-

A defesa de três dos cinco policiais militares e do guarda municipal presos por suspeita de estupro a uma indígena presa em Santo Antônio do Içá (AM) afirma que a acusação é falsa e que os agentes estão sofrendo danos à imagem pessoal por conta da repercussão do caso. As informações são do UOL.

A advogada Viviane Batalha Cacau diz ao UOL que os policiais e o guarda relataram que nunca houve relação sexual com a detenta, nem mesmo de forma consensual, e que a foto dela com homens em uma cela foi forjada.

Sobre o exame que confirmou a conjunção carnal (prática de sexo), ela diz que a indígena teria sido flagrada pelos policiais e pelo guarda “usando entorpecentes com o mesmo companheiro que cometia contra ela violência doméstica contra ela durante o puerpério”.

“Eles foram flagrados usando entorpecentes e mantendo relações sexuais no lado externo da delegacia durante a noite. Nesse dia ele ficou detido e tentou dormir na mesma cela que a companheira”, alega.

Segundo ela, testemunhas ouvidas no inquérito que corre na Polícia Civil teriam relatado que é falsa a acusação de que ela dividia cela com homens. “Apesar da precariedade que havia na delegacia àquela época, havia uma cela adaptada para que ela ficasse separada dos homens. Durante o dia, ela transitava livremente pelas dependências da delegacia, assim como alguns outros detentos que possuíam bom comportamento”, diz.

Sobre a foto que mostra ela deitada com dois homens na delegacia, ela garante que foi “forjada a pedido do advogado” da indígena —o que ele nega (veja resposta abaixo). “O estado foi omisso pela situação dela, mas a alegação de estupro nunca aconteceu, assim como outras inverdades foram contadas pela própria declarante, o
filho dela nunca permaneceu na cela junto com ela, desde a prisão a criança é criada pela avó materna”, alega Viviane.

A advogada ainda diz que a indígena “sempre apresentou estado de depressão e ansiedade”, mas sempre era atendida por médicos da unidade básica de saúde.

Defesa refuta

A defesa de indígena refuta as alegações. O advogado que entrou com a ação, Dacimar de Souza Pereira, refuta a acusação de que a foto foi forjada e diz que a imagem foi feita no corredor da unidade, onde ela era mantida de forma improvisada (já que havia apenas duas celas no local).

No local, diz, os presos conviviam juntos parte do tempo —ela era a única mulher detida.

“Esse dia eu fui lá para tirar foto dos medicamentos controlados que ela vinha tomando para usar no pedido de prisão domiciliar. Em momento algum essa foto foi forjada, eles estavam lá presentes, e ela autorizou”, afirma.

Dacimar também questiona a versão de que ela tenha encontrado o ex-companheiro na delegacia. “Nesse momento, ele já estava vivendo em Manaus”, afirma.

Mais um preso

Mais um policial militar foi preso por envolvimento no caso de estupro de uma mulher indígena da etnia Kokama, de 29 anos, ocorrido entre novembro de 2022 e agosto de 2023, enquanto a vítima estava presa na delegacia de Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas. Com essa nova prisão, o número de detidos sobe para cinco, faltando apenas um policial militar para que todos os mandados sejam cumpridos. As informações são do g1 Amazonas.

A prisão foi realizada no município de Tabatinga e faz parte do cumprimento dos mandados expedidos pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), em conjunto com a Polícia Militar do Amazonas (PMAM). As diligências continuam para que o último suspeito seja localizado e apresentado às autoridades competentes nas próximas horas.

Em nota oficial, a Polícia Militar do Amazonas informou que tem atuado ativamente na resolução do caso e que está colaborando com as investigações conduzidas pelo MPAM e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

PMs e guarda municipal suspeitos de estuprar indígena no Amazonas são presos, informa Ministério Público


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

treze − 8 =