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Amazonas

Crise na Saúde do AM: inquérito do MPAM apura denúncia de suspensão de cirurgias para atingidos pela hanseníase

Foram denunciadas diversas irregularidades relativas ao atendimento das pessoas atingidas pela hanseníase, pela rede pública de saúde, na cidade de Manaus.

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) instaurou inquérito civil para apurar a suspensão da oferta de cirurgias de médio e pequeno porte aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) atingidos pela hanseníase, em Manaus.

O inquérito foi instaurado na última segunda-feira (04/12) pela promotora de Justiça da 54ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa dos Direitos Humanos à Saúde Pública, Cláudia Maria Raposo da Câmara.

Para a instauração do inquérito, a promotora considera o resultado de audiência extrajudicial realizada em março de 2022 com representantes da Coordenação Estadual do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan/AM), ocasião em que foram denunciadas diversas irregularidades relativas ao atendimento das pessoas atingidas pela hanseníase, pela rede pública de saúde, na cidade de Manaus.

A promotora determinou a expedição de ofício à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES/AM) com o objetivo de colher informações atualizadas sobre a oferta do serviço, bem como que seja informado: a) o numero de procedimentos dessa natureza realizados nos ultimos 12 meses no Hospital Geral Doutor Geraldo da Rocha; b) se há demanda reprimida no referido serviço, informando o número de usuários em espera e, informe o tempo médio de espera para realização dos procedimentos.

O Hospital Geral Dr. Geraldo da Rocha é unidade integrante da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas – SES/AM, podendo considerar o início de suas atividades com a segregação de hansenianos na Colônia em 08 de fevereiro de 1942, sob a denominação de Leprosário do Aleixo, de acordo com o Diário Oficial do Estado do Amazonas nº 13948, de 06 de fevereiro de 1942, num ato do Presidente da República Getúlio Vargas e do Ministro Gustavo Capanema, tendo como Presidente da Sociedade Amazonense de Proteção aos Lázaros e Defesa a Lepra a Sra. D. Eunice Weaver.

Com a extinção do Hospital Colônia Antônio Aleixo em 1978, criou-se via Decreto-Lei nº 4.464, de 18 de dezembro de 1978, o Asilo Geraldo da Rocha, que abrigava em Manaus doentes provenientes do interior do estado e dos estados vizinhos.

Após o término da política segregacionista, a unidade recebeu outra tipologia, passando de Asilo Geraldo da Rocha (1979) para Hospital Geral vinculado à rede estadual de saúde.

Atualmente, Hospital Geral Dr. Geraldo da Rocha serve de retaguarda para as grandes unidades de saúde de urgência e emergência do estado, principalmente na assistência a pacientes com lesões vasculares e acompanhamento clinico diversos, para os quais tem se tornado referência.

No final do ano passado, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas identificou falhas estruturais no atendimento de pacientes com transtornos mentais no Hospital Dr. Geraldo da Rocha, na zona leste de Manaus. A unidade passou a oferecer esse tipo de atendimento após o fechamento do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, em agosto de 2022.

Em inspeção, defensores públicos do Nudesa (Núcleo de Saúde) da DPE identificaram que a unidade não possui estrutura física adequada para pacientes com transtornos mentais, assim como os profissionais de saúde não receberam treinamentos para ofertar o tratamento adequado.

Também verificou que o local não possui uma padronização de medicamentos para pacientes de saúde mental, os funcionários estão com salários atrasados e falta material de limpeza.

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