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Amazonas

CPI da Pandemia: ex-secretário da Susam fala em interferência e constrangimento

Segundo ele, desde o início do ano, “sentia” que suas ações na secretaria (Susam) não tinham o apoio do governo e vivia uma “sensação de desconfiança”por parte do governo.

O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias, disse, nesta segunda-feira, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) que apura os gastos na saúde do Amazonas, com foco no período da pandemia de Covid-19, que já havia colocado, em fevereiro, o cargo à disposição, antes de ser oficialmente exonerado, no dia 7 de abril, pelo governador Wilson Lima (PSC), por “falta de apoio político”.

Na primeira parte de seu depoimento à CPI, pela manhã, Tobias negou participação no processo de pagamento superfaturado dos ventiladores pulmonares comprados da FJAP & Cia Ltda e disse que foi convidado para o cargo pelo vice-governador Carlos Alberto Filho, também ex-secretário de Saúde do Estado.

Segundo ele, desde o início do ano, “sentia” que suas ações na secretaria (Susam) não tinham o apoio do governo e vivia uma “sensação de desconfiança” por parte do governo. Disse que havia interferências na gestão que o constrangiam como gestor, que foram se acumulando, e isso influiu na decisão de colocar o cargo à disposição.

Tobias disse que, quando colocou o cargo à disposição, o governador não tomou nenhuma medida. E que se sentiu constrangido quando soube, por um blog, que a sua substituta, Simone Papaiz, já havia sido escolhida e já estava em Manaus.

O ex-secretário disse que muito do que foi feito na Susam foi sem a anuência dele. Deu como exemplo um projeto de prevenção no Carnaval que não foi concebido na secretaria.

Disse também que ficou oficialmente no cargo de secretário até o dia 8, quando assumiu o interino, João Paulo. O pagamento dos equipamentos foi feito no dia 9 pela Secretaria de Estado da Fazenda.

Em um momento, Tobias disse que a compra, inicialmente não era prioritária, mas chegou a defender a compra dos ventiladores que não eram para UTIs, para que fossem usados em outras unidades da Susam. Mas disse que não teve acesso ao processo físico de compras. Ele não soube responder sobre a razão ca compra ser de exatos 28 equipamentos. Ele disse que conhecia a proposta mais barata da empresa Sonoar que inicialmente foi descartada por ter que ser paga antecipadamente.

o ex-secretário foi informado pelo deputado Wilker Barreto (Podemos) que a CPI já sabe que o processo foi fraudado, que começou com a descrição de um modelo de equipamento e terminou com outro, que foi montado de trás para frente, sem assinatura e causou dano ao erário, que houve desvio de recursos públicos. Também foi informado que a empresa FJAP recebeu o pagamento antecipado e que houve conluio, omissão e negligência. E que até o dia 8, Tobias era o responsável pela Susam.

O depoimento foi suspenso para o almoço e será retomado a partir das 13h20.

Veja o vídeo da primeira parte do depoimento:

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