Conselheira do Tribunal de Contas do Amazonas denuncia à polícia que foi agredida por colega

A conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) Yara Amazonas Lins registrou ocorrência na Delegacia Geral de Polícia Civil contra o colega conselheiro Ari Moutinho Jr.. Ela disse que foi chamada de “safada, puta e vadia”, que, segundo ela, ainda teria dito: “vou te fuder”.

A agressão, segundo a conselheira, ocorreu antes da reunião que a elegeu presidente do TCE-AM para o próximo biênio. Segundo Yara Lins, Ari Moutinho também ameaçou sua integridade física e moral e ainda atacou outro conselheiro. Segundo ainda a denúncia Moutinho teria dito, ainda, que ia usar autoridades do Judiciário para lhe prejudicar.

Yara Lins disse que não aceita as ameaças e que espera que a Justiça puna o seu agressor.

Em 2015, Ari Moutinho e Yara Lins foram eleitos, por unanimidade, respectivamente, presidente e vice-presidente do TCE. Em 2017, ela foi eleita, por unanimidade, a primeira mulher para presidir o órgão, no biênio 2018-2019.

No início deste mês deoutubro, Yara foi eleita, por 5 votos a 2, novamente presidente do órgão, para o biênio 2024/2025. O cargo de vice-presidente será ocupado pelo conselheiro Luis Fabian, de 43 anos. A posse da nova diretoria ocorrerá até o dia 15 de dezembro, no auditório do TCE.

“Eu quando estava no plenário com os conselheiros Fabian, Ari e vários assessores, fui cumprimentar o conselheiro Ari e disse: ‘bom dia’. Ele disse: ‘bom dia, nada safada, puta, vadia’, além disse me ameaçou dizendo: ‘eu vou te foder por a Lindora lá da procuradoria do Ministério Público, você vai ver junto ao STJ [Supremo Tribunal de Justiça]’”, afirmou.

“Eu sou a única conselheira lá do tribunal e represento as servidoras da minha instituição. Eu relutei muito em vir aqui fazer essa denuncia mas eu não poderia me acovardar como muitas fazem, por ameaças, e eu não aceito ameaças. Eu quero que a justiça puna o agressor. Fui agredida dentro da minha função, no plenário do Tribunal de Contas. O vídeo mostra, depois que fui agredida fiquei paralisada, passei a mão no rosto dele e disse: ‘você é um infeliz, por isso que sofre tanto’. Ele sarcasticamente tentou pegar no meu rosto e jogou beijo para mim”, disse.

Em nota assinada pelo seu presidente, o conselheiro Érico Xavier Desterro e Silva, o TCE informou que não recebeu qualquer comunicação ou solicitação referente ao assunto e que não foi previamente informado sobre a entrevista de Yara Lins.

O presidente do TCE diz que o órgão, durante os últimos dois anos, implementou um sistema de integridade institucional, com códigos e comitês de ética pública, comissões de enfrentamento a qualquer espécie de assédio e discriminação, possuindo canais efetivos de comunicação de quaisquer irregularidades e desvios de conduta, inclusive com tratamento diferenciado às questões relacionadas às mulheres.

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