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Amazonas

Com dificuldades para conseguir respiradores, Amazonas tem 260 casos e sete mortes pelo novo coronavírus

Autoridades de saúde do Estado voltaram a pedir apoio da população para manter distanciamento social para diminuir ritmo do contágio

Com 260 casos confirmados de Covid-19, sete mortes e a ameaça de um colapso no sistema de saúde muito em breve, o Amazonas tem dificuldade de conseguir respiradores, equipamento essencial para o cuidado de pacientes infectados pelo novo coronavírus em estado grave. O secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, disse, hoje (3), que o Ministério da Saúde suspendeu o envio para o Estado de dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mudando o que tinha sido anunciado anteriormente.

Em coletiva virtual na tarde de hoje, Tobias voltou a afirmar que o Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, destinado exclusivamente para casos suspeitos e confirmados da doença, tem, atualmente 69 respiradores. Mas a unidade já possui 45 leitos ocupados, sendo cinco por casos confirmados de Covid-19 e 40 por pacientes com quadro suspeito de novo coronavírus.

Havia a expectativa de que os leitos de UTI enviados pelo Ministério da Saúde chegassem amanhã a Manaus, mas, segundo o secretário, o cenário de pandemia tem dificultado os processos de compras de vários países. Tobias disse que o Estado ainda aguarda a entrega de 50 respiradores até 15 de abril. “O colapso pode acontecer semana que vem, no fim do mês, dependendo do aumento do número de casos. A gente só consegue quebrar a cadeia de transmissão se as pessoas ficarem em casa”, afirmou, pedindo novamente colaboração da população para manter o distanciamento social.

E o aumento expressivo de casos de novo coronavírus no Estado é esperado para o período entre o fim deste mês e as primeiras semanas de maio, segundo a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Pinto. “Vemos que tem havido aglomerações. Temos o vírus sendo transmitido pelas pessoas e espera-se, sim, uma explosão de casos nos próximos dias”, alertou.

Nas últimas 24 horas, as infecções confirmadas saltaram de 229 para 260 e as investigações de casos suspeitos, aguardando resultado do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), que até ontem eram 350, hoje chegaram a 600.

Com 39 pacientes internados, sendo 17 em UTI, o Amazonas tem, ainda uma média de 7,8% de infectados que necessitam de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva, acima da média de 5% registrada em outros locais, como China e Estados Unidos.

A falta de leitos pode ser agravada, ainda, pelo fato de o Estado estar em período de transmissão de outras Síndromes Respiratórias Agudas Graves – de novembro até agora, outras doenças causadas por vírus respiratórios causaram 500 internações, com 45 mortes.

Números

O Amazonas registrou, nas últimas 24 horas, 31 novos casos confirmados de Covid-19. Com isso, chegou a 260 o total de infecções, sendo 232 em Manaus e 28 em nove municípios do interior: Parintins, Manacapuru, Itacoatiara, Santo Antônio do Içá, Anori, Boca do Acre, Novo Airão, Careiro da Várzea e Tonantins.

Dos sete mortos, quatro são de Manaus, um de Parintins e o mais recente é de um morador de Manacapuru, de 83 anos.

Ao reforçar que ninguém está imune, a diretora-presidente da FVS, Rosemary Pinto, lançou um pedido para que todos se comprometam com o combate à pandemia e seja feita o que ela chamou de corrente de salvadores de vidas. “Conversem com seus familiares, amigos, vizinhos, sobre a importância de ficar em casa. Devemos evitar sair de casa sem necessidade”, concluiu.

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