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Amazonas

Cientista alerta que a média móvel de Covid-19 em Manaus é a mais alta desde setembro

Jesem Orellana contestou os dados divulgados pela FVS e disse que a situação epidemiológica em Manaus é preocupante

O Amazonas registra aumento no número de novos casos de Covid-19 – FOTO: Kássio Morães

O epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, informou ao 18 Horas/Rádio Mix FM nesta quarta-feira (22/12) que a Fundação de Vigilância de Saúde do Amazonas (FVS-AM) omitiu, no boletim da Situação Epidemiológica da Covid-19 no Amazonas divulgado ontem (21), que a média móvel de casos de Covid-19 da capital amazonense para o mês de dezembro é a mais alta desde setembro. Jesem ressaltou que o Governo do Amazonas tenta mostrar para a população que a pandemia na capital está tranquila.

“A Figura 4 do Boletim 31 da FVS deixa escancarado o substancial aumento no número de casos de Covid-19 no Amazonas, em especial no interior do estado. No entanto, omite destacar que a média móvel de casos de Covid-19 de Manaus para o mês de dezembro é a mais alta desde o final de setembro. Além disso, em Manaus, a positividade de testes para Antígeno aumentou de 3,8% (02 a 11/Dez/2021) para 4,2% (12 a 21/Dez/2021). Este aumento é particularmente preocupante, sobretudo se lembrarmos que o número de testes realizados na capital também aumentou recentemente. Ou seja, se a circulação viral do novo coronavírus estivesse, de fato, caindo, ao aumentar o número de testes, a positividade dos testes também deveria cair, o que claramente não é o caso de Manaus”, analisou o cientista.

Jesem Orellana disse que não se pode associar o aumento de casos de Covid no Amazonas somente por conta da baixa cobertura vacinal, como justificou a FVS.  “Segundo o mesmo boletim, alguns municípios do interior apresentaram aumento no número de casos destacando-se Jutaí (2.244 casos), Autazes (440) e Manicoré (433). Estas cidades apresentam uma baixa adesão à vacinação contra a Covid-19, principalmente, nas comunidades rurais. Jutaí, Autazes e Manicoré apresentam níveis de incidência claramente altos. No entanto, nenhum dos três consta no ranking elaborado pela própria FVS (Boletim 31) de municípios com menores coberturas vacinais no estado. Portanto, não faz sentido associar a alta na incidência de Covid-19 no interior somente às baixas coberturas vacinais, menos ainda nesses três municípios. Não é honesto culpar as comunidades ribeirinhas/rurais desses municípios sem comprovar esse suposto cenário, até porque sabemos que o caso deles é de desassistência e não de acesso a testes”, avaliou Jesem.

Ômicron

Jesem Orellana disse que o cenário epidemiológico no Amazonas pode mudar, caso se espalhe pelo estado a nova variante ômicron, que colocou o mundo em alerta e já faz as primeiras vítimas fatais no Reino Unido. “Certamente o número de casos aumentará ainda mais. Quanto? Não sabemos e dependerá da nossa resposta neste fim de ano. De todos, da população e das autoridades. Não tenho dúvidas que se a Ômicron se espalhar por aqui o cenário será ainda mais complicado e confirmará a tendência de agravamento da epidemia nas próximas semanas”, alertou.

Internações

Jesem Orellana observou também no boletim divulgado pela FVS que a ocupação de leito clínico teve aumento médio de 22,4 (02 a 11/Dez/2021) para 32 (12 a 21/Dez/2021). “Já a ocupação de leitos de UTI teve aumento médio de 30,6 (02 a 11/Dez/2021) para 33,1 (12 a 21/Dez/2021). Portanto, a situação no interior é preocupante e a de Manaus está longe da tranquilidade como alguns querem, irresponsavelmente, fazer a população acreditar. Não é possível falar em risco baixo com aumento na circulação viral e no número médio de internados em leito clínico e de UTI, principalmente se lembrarmos que a tendência era de queda há poucos meses”, finalizou a análise.

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