Amazonas
Briga de Wilson Lima e Arthur traz à tona problemas no Estado e no município
Governador do Amazonas e prefeito de Manaus foram aliados no segundo turno das eleições de 2019. Arthur Neto anunciou voto em Wilson Lima, elogiando o “jovem candidato” sem experiência.
Aliados no segundo turno da eleição do ano passado, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) intensificaram, nesta semana, a troca de graves acusações. Arthur acusou o governo de apoiar o narcotráfico em invasões de terra em Manaus e Lima respondeu, através de seu vice, acusando o prefeito de não trabalhar.
Em entrevista para se defender das denúncias de uma construção de um ponto de ônibus de R$ 207 mil na Ponta Negra, o prefeito disse que Wilson “está se encalacrando” com os processos sem licitação, e que “esse negócio de novo foi pouco e acabou”. Na crítica mais grave, Arthur acusou o vice-governador Carlos Almeida de apoiar a invasão de uma área no Tarumã, conhecida como Cidade das Luzes, comandada por narcotraficantes.
“…tem um vice que ajudou a implantar a Cidade das Luzes, que oferece a beira do rio para o tráfico de drogas. (…) Não vou deixar de dizer que a Cidade das Luzes não é para pobrezinho coisa nenhuma, é para facilitar a vida do tráfico de drogas. (…) Eu não me conformo. Ele (Carlos Almeida) estava lá, ajudou os traficantes, era uma das figurinhas mais agitadas”, disse o prefeito.
“Quando acontece uma passeata dos professores, o cara (Wilson) pega o avião, às custas da gente, e vai embora. Que é isso? O povo não nasceu para ser enfrentado, o povo nasceu para ser dialogado e amado. (…) A crise está aí por causa do antecessor dele (Amazonino Mendes) e por causa dele. (…) Esse negócio de novo foi bom que acabou, valorizou a experiência. O novo tá encolhido em alguma toca, o velho está aqui trabalhando e fiscalizando obra”, disse o prefeito.
O vice-governador respondeu comparando Arthur a “um cachorro que fica latindo para a roda de carro”. Disse que o prefeito está desesperado, buscando fugir dos problemas crônicos da sua gestão por meio de factoides. “O município tem problemas severos, problemas que vêm acompanhando toda a gestão do prefeito. É meio incoerente fazer a defesa de uma parada (de ônibus) que custa R$ 207 mil, enquanto os passageiros têm que entrar em cacarecos”, disse.
Em outubro, no auge do segundo turno da eleição ao governo, depois de anunciar que votaria em Wilson Lima, Arthur criticou o outro candidato, Amazonino Mendes. Conforme Arthur, Amazonino estava “atrapalhando o Amazonas, é inimigo de Manaus e não respeita a população amazonense” e ressaltou que o “jovem candidato pode não ter experiência, mas que não tem as manchas que Amazonino tem na vida pública”.
Em janeiro, Lima recebeu Arthur em uma primeira reunião oficial e se colocou à disposição “para resolver problemas que possam melhorar a qualidade de vida de quem mora em Manaus”. Foi anunciado que as secretarias de saúde e educação iriam iniciar tratativas para desenvolver projetos em parceria. Nada foi implementado.
Em maio, Arthur foi às redes sociais e escreveu um textão sobre a situação no Amazonas. Após o massacre de 55 nos presídios, criticou Wilson Lima e classificou o Amazonas como um Estado sem governo. “O Amazonas começa a viver em estado de anomia. (…) Não há ordem; há anarquia”, escreveu.
Wilson Lima respondeu: “O estado tem muito problemas e eu estou de braços abertos para aquelas pessoas que querem contribuir. (…) Eu não vou responder à alguém que só quer holofote, que só quer chamar atenção”, disse.
No começo de agosto, Arthur classificou de “fracassado” o governo de Wilson Lima.
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