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Amazonas

Após Wilson Lima virar réu em ação penal, Assembleia tem oposição pedindo afastamento e base defendendo o governador

Deputados oposicionistas e de situação repercutiram o dia seguinte ao julgamento da denúncia do governador Wilson Lima no STJ

Wilson responde por de dispensa irregular de licitação, fraude a procedimento licitatório, peculato, liderança em organização criminosa e embaraço às investigações

A sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE), nesta terça-feira (21/09), foi marcada pelo embate entre deputados oposicionistas que defenderam o afastamento do governador do Estado, Wilson Lima (PSC) e pelos governistas que minimizaram o fato de ele ter virado réu, em decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acusado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelos crimes de dispensa irregular de licitação, fraude a procedimento licitatório, peculato, liderança em organização criminosa e embaraço às investigações.

O deputado estadual Wilker Barreto (sem partido) defendeu que a ALE deveria afastar o governador Wilson e o vice-governador, Carlos Almeida Filho (PSDB). Para ele, Wilson Lima “se materializa como chefe, um criminoso, que quer continuar à frente da máquina pública”. “Presidente Roberto (Cidade), temos elementos suficientes para avançar com o impeachment”, disse.

Para Wilker, os deputados que apoiam o governador Wilson Lima tentam desqualificar a denúncia feita pela PGR. “Hoje é um dia fatídico para esta casa. O comportamento de alguns pares em querer minimizar o que está acontecendo no Amazonas é assombroso. Sabe o que é mais nocivo para um governo? Que causa desemprego, fome, miséria? Corrupção. E aí esta casa pede benevolência com a materialidade trazida por um ministro do STJ. O que eu peço é o afastamento. Não estou pedindo a cassação”, declarou.

O deputado Carlinhos Bessa (PV) criticou os colegas oposicionistas e saiu em defesa de Wilson Lima e dos atos praticados, até aqui, pela ALE. “Nós não podemos atribuir a culpabilidade ou a inércia desta casa no afastamento. Até pelo fato do afastamento de um governador cabe ao STJ, como já existem decisões e súmulas vinculantes que norteiam o ordenamento jurídico do Brasil. Na minha história de carreira jurídica como advogado, de 15 anos de carreira, eu nunca vi um juiz se recusar em receber uma denúncia para que seja investigado qualquer coisa. Receber uma denúncia é um ato natural de um processo criminal. É o início de uma investigação. O recebimento de uma denúncia não é culpar, condenar, é investigar, se ele tem culpa, tem dolo, no crime o qual o Ministério Público oferece. Nós não podemos culpar esta casa, a este deputado. A justiça está investigando e se ali for reconhecido crime comum, que cabe ao STJ julgar o governador do estado, ele vai ser julgado e vai responder pelo crime o qual diz o ministério público diz que ele cometeu”, disse.

O deputado Dermilson Chagas (sem partido) questionou a presidência da Assembleia sobre o motivo de não dar andamento nos pedidos de impeachment apresentados desde o ano passado. “O mais triste ainda fica o povo quando cobra dessa casa e não tem a resposta a altura para dar o impeachment do governador. Esta casa faz um papel de traidora do povo do Amazonas, onde não busca o anseio da população e não cava a esperança e nem a água para matar a sede de um povo que está com sede de justiça. Precisamos de atitude, de altivez, de capacidade de assumir um compromisso com o povo agora. Já foi aceitada a denúncia contra o governador no STJ. Esta casa tem materialidade, todos os elementos para dar o impeachment ao governador. por que não faz isso, presidente? Por que essa casa não toca mais de 15 pedidos de impeachment contra Wilson?”, disse.

Dermilson ironizou o posicionamento de Carlinhos Bessa. “Quando eu vi o deputado Bessa fazer a defesa do Wilson, ele (governador) perdeu dinheiro contratando (advogado) Nabor Bulhões porque se aquela defesa custou fortuna ao povo do Amazonas, ele esqueceu de olhar pro bessa e contratá-lo e fazer essa defesa brilhante que ele fez aqui. Falta convencer o povo e mais 12 ministros que relataram em alto e bom tom afirmando o relator que esse é um governador chefe de quadrilha, é humilhante , ultrajante para o estado”, disse Dermilson Chagas.

O líder da base governista, deputado Felipe Souza (Patriotas) disse que o momento agora é de oportunidade ao governador Wilson Lima se defender ante aos crimes imputados pela PGR. “O governador do Estado e outras 12 pessoas, que foram indiciadas, terão a oportunidade de se defender, de provar ou não a sua inocência. Agora, é que se começa a investigar os fatos pela justiça. E o que se grita, agora, pela oposição na Casa é pedindo uma execução sumária. Ora, isso neste momento não cabe. O que se quer a oposição é causar instabilidade,na ALE ou no governo? Não, instabilidade para o povo porque vai gerar desemprego, insegurança na economia. O governador terá toda a oportunidade de se defender nesse processo e não cabe à assembleia fazer julgamento sumário. É preciso ter paciência que ninguém vai fugir da sua culpa, os culpados pagarão pelos seus erros”, afirmou.

Também defenderam o governador os deputados Tony Medeiros (PSD), Adjuto Afonso (PDT), Saullo Viana (PTB) e Dr. Gomes (PSC).

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