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Amazonas

Após deixar a pasta mais de 70 dias sem titular, governador do AM nomeia coronel do Exército para secretário adjunto de Inteligência

Coronel do Exército vai substituir Samir Freire, que está preso, acusado de utilizar a estrutura de sua pasta para roubar ouro.

Após deixar a pasta mais de 70 dias sem titular, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), nomeou o coronel de infantaria do Exército Brasileiro Alexandre Luiz Gomes Perez de Rosário para a Secretaria-Executiva Adjunta de Inteligência do Estado (Seai). A nomeação foi publicada em Diário Oficial do último dia 23, postado na internet no último fim de semana.

O coronel substitui o delegado da Polícia Civil do Estado Samir Freire, que foi preso na operação Garimpo Urbano, em 9 de julho deste ano, acusado pelo Ministério Público estadual (MP-AM) de comandar um esquema de extorsão de garimpeiros para o desvio de cargas de ouro, usando, inclusive, a sede da Seai para cometer os crimes.

O novo secretário, segundo o governo do Estado, tem 14 anos de experiência na atividade de inteligência militar, sendo seu último cargo o de chefe da Subseção de Inteligência do Comando Militar da Amazônia (CMA).

No Amazonas, o coronel Perez já desempenhou funções voltadas às atividades de inteligência e segurança há mais de nove anos, onde adquiriu conhecimento da área metropolitana de Manaus assim como de diversos municípios do interior do Amazonas, principalmente os que ficam na faixa de fronteira.

 O coronel Perez é Bacharel em Ciências Militares (Oficial de Infantaria) e Administração de Empresas na Academia Militar das Agulhas Negras. Fez bacharelado e licenciatura em Educação Física na Escola de Educação Física do exército, pós-graduação em Ciências Militares na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), especialização e pós graduação em Análise de Inteligência na Escola de Inteligência Militar do Exército Brasileiro (EsIMEx), além do curso de Análise e Melhoria de Processos no Exército Brasileiro.

 O Coronel de Infantaria foi comandante do 3º Batalhão de Infantaria de São Gonçalo (RJ), do 5º Batalhão de Infantaria Leve de Lorena (SP) e do 7º Batalhão de Infantaria de Selva, em Boa Vista (RR).

Foi oficial de Inteligência do Batalhão Brasileiro de Força de Paz da Missão das Nações Unidas de Estabilização no Haiti (MINUSTAH), chefe da Subseção de Contrainteligência e da Subseção de Inteligência do CMA, em Manaus.

Quando atuou em áreas voltadas para a inteligência militar, o Coronel de Infantaria desempenhou diversas funções. Entre elas estão o planejamento e a coordenação de operações de inteligência e contrainteligência, empregando diversos tipos de fontes e elaborando produtos integrados entre si; Gestão de previsão e aplicação de recursos públicos; Gestão de controle, manutenção e segurança patrimonial de bens móveis destinados a União; Detecção de desvios de ativos ou recursos da organização através de ações sigilosas; Planejamento e confecção de planos de operações e planos de segurança, além de planejamento e coordenação de ações de apoio de Inteligência nas operações do Exército Brasileiro na Amazônia.

Descontrole

A prisão de Samir Freire foi considerara como “mais um episódio de descontrole policial sob o governo (Wilson) Lima”pelo jornal Folha de S. Paulo. Samir Freire é acusado de utilizar a estrutura de sua pasta para roubar ouro, provavelmente extraído de garimpos clandestinos. Somando apenas as quatro denúncias recebidas, o esquema teria roubado 60 kg de ouro, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-AM. O valor estimado é de R$ 18,3 milhões. Segundo o jornal, as investigações, no entanto, indicam que Freire praticava esse tipo de extorsão desde 2019, ano em que ele assumiu a Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai).

Batizada de Garimpo Urbano, a operação prendeu outros três policiais civis do Amazonas e cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Manaus, no interior do estado e também no Pará. De acordo com a PF, a quadrilha de Freire monitorava e abordava transportadores de ouro ilegal “mediante uso de estrutura e pessoal da Seai”.

Um dos equipamentos utilizados pelo grupo é o Guardião, na prática uma enorme secretária eletrônica capaz de gravar conversas de números grampeados mediante autorização judicial. Polícias corruptos costumam solicitar monitoramento alegando que se trata de uma investigação, pratica conhecida como “barriga de aluguel”. Para prevenir o mau uso, o equipamento é 100% auditável.

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