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Amazonas registrou mais de 6 mil casos de estelionatos por meios eletrônicos em 2024; aumento de 56,1%, aponta Anuário
O estelionato virtual acontece quando um criminoso engana pessoas por meio das redes sociais, por contatos telefônicos ou via e-mail na tentativa de obter dinheiro e dados confidenciais das vítimas.

O Amazonas registrou um aumento de 56,1% de crimes de estelionatos por meios eletrônicos entre 2023 e 2024. No período, o número cresceu de 3.829 para 6.035. A taxa de registro por 100 mil habitantes passou de 90,3 para 141. É o que mostra a mais recente edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta quinta-feira (24/07). O estelionato virtual acontece quando um criminoso engana pessoas por meio das redes sociais, por contatos telefônicos ou via e-mail na tentativa de obter dinheiro e dados confidenciais das vítimas.
O crescimento dos crimes de estelionatos por meios eletrônicos no Estado foi mais de três vezes maior do que os de casos totais de estelionato, que tiveram um aumento de 17,5 e somaram 20.767 registros, em 2024, contra 17.488, em 2023.
Ao menos 281,2 mil crimes de estelionato por meios eletrônicos ocorreram no Brasil em 2024, um aumento de 17% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 222,7 mil casos, segundo o Anuário
Os números comprovam o crescimento de um crime que se multiplica nas redes sociais, muitas vezes impulsionado com anúncios pagos em plataformas digitais. Os dados do Anuário mostram que Santa Catarina é o estado onde o estelionato digital mais aconteceu, com 72,8 mil ocorrências no ano passado. Em seguida, vem Minas Gerais, com 53,9 mil casos, e Mato Grosso, com 21 mil.
Os números nacionais podem estar subnotificados, já que os dois estados mais populosos do país, São Paulo e Rio de Janeiro, além do Ceará, não fornecem dados específicos para estelionatos em ambientes virtuais.
O estelionato por meio eletrônico foi incluído no Código Penal em 2021, pela Lei 14.155/202, que tornou mais grave o crime quando cometido de forma eletrônica ou pela internet (de quatro a oito anos de reclusão, enquanto o estelionato comum prevê pena de um a cinco anos).
Desde 2023, o Anuário tem apontado uma “transformação radical” no padrão de crimes patrimoniais, com uma gradativa substituição dos crimes de roubo pelos crimes de estelionato, inclusive na categoria virtual. Essa parece ser uma tendência que veio para ficar, na medida em que está fortemente correlacionada com a transformação digital da sociedade brasileira, que ganhou impulso a partir de 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, quando boa parte das interações da população passou a ser mediada por meios digitais, diz o relatório.
O volume de transações bancárias feitas por aplicativos de celulares (mobile banking) e por navegadores de internet (internet banking) no Brasil ajuda a explicar a mudança na atuação de golpistas. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), das 208 bilhões de transações feitas por brasileiros em 2024, 82% foram feitas por canais digitais. O Pix, que se enquadra na categoria de mobile banking, cresceu 41% de 2023 para 2024, com 25 bilhões de transações no último ano.
De acordo com o Anuário 2025, essas transformações têm levado a uma reconfiguração da governança criminal, isto é, na forma como o crime se organiza. Duas consequências desse fenômeno são, em primeiro lugar, uma diminuição da violência física em crimes patrimoniais, e, em segundo lugar, um novo desafio à segurança pública no Brasil, já que crimes virtuais extrapolam os limites político-administrativos do país e combatê-los exige uma reordenamento das políticas específicas para esse segmento.
Segundo o documento, “em 2024, as polícias civis brasileiras registraram 745.333 roubos no país, taxa 15,2% menor daquela observada em 2023. Enquanto isso, essas mesmas corporações registraram 2.166.552 estelionatos, em um crescimento de 7,8% na taxa em relação ao ano anterior (os estelionatos por meios eletrônicos subiram ainda mais, 17%)”.
Diferentemente do estelionato presencial, onde há uma vítima por vez, por meio eletrônico, com disparos em massa, é possível jogar uma rede que alcança um número gigantesco de vítimas em potencial.
Golpes
Com o avanço da tecnologia, os golpes virtuais se tornaram mais sofisticados — e também mais comuns. De promoções falsas em redes sociais a clonagem de contas no WhatsApp, os cibercriminosos encontram novas formas de enganar usuários todos os dias. Saber reconhecer essas armadilhas é o primeiro passo para manter sua segurança digital em dia.
Segundo dados do relatório anual da PSafe, o Brasil registrou mais de 5 milhões de tentativas de golpes digitais apenas no primeiro trimestre de 2025. Com o crescimento de acessos por celular, especialmente em aplicativos de mensagem e redes sociais, os criminosos têm explorado brechas na rotina digital dos usuários para aplicar fraudes.
1. Golpe do perfil falso no WhatsApp
Um dos golpes mais comuns atualmente envolve a clonagem de números e criação de perfis falsos no WhatsApp. Os criminosos se passam por amigos ou familiares e pedem transferências bancárias urgentes. Sempre desconfie de mensagens que envolvem dinheiro, mesmo que venham de contatos próximos.
2. Phishing por e-mail e SMS
O phishing continua sendo uma das formas mais usadas para roubar dados. O golpista envia links disfarçados de promoções, atualizações bancárias ou faturas atrasadas. Ao clicar, a vítima é levada a páginas falsas, onde pode acabar entregando senhas e dados pessoais.
3. Promoções falsas no Instagram e TikTok
Com a popularização dos vídeos curtos, aumentaram os golpes envolvendo sorteios falsos e promoções milagrosas. Golpistas criam perfis que imitam lojas conhecidas e pedem dados de cartão ou Pix para “validar” a participação na promoção.
4. Golpe do falso suporte técnico
Os criminosos ligam ou enviam mensagens se passando por suporte técnico de bancos ou operadoras, dizendo que há uma tentativa de invasão ou problema na conta. O objetivo é convencer a vítima a instalar aplicativos de acesso remoto, como AnyDesk ou TeamViewer.
5. Falsos links de rastreamento
Com o crescimento do e-commerce, surgiram golpes envolvendo links falsos de rastreamento de encomendas. Eles chegam por SMS ou WhatsApp e, ao clicar, a vítima pode instalar malwares ou ser redirecionada a páginas que roubam seus dados.
6. Boleto Falso
O golpe do boleto falso é um dos principais golpes cibernéticos. Esse golpe envolve a criação de um falso boleto, que é enviado a uma pessoa como se fosse um boleto de uma empresa real. O golpista tenta convencer a pessoa por ligação, e-mail, SMS ou até por meio físico de que precisa pagar esse boleto para continuar recebendo algum serviço ou produto. Quando, na verdade, o boleto é falso e o dinheiro vai direto para a conta do criminoso.
7. Falso pagamento
Popularizado com o PIX, o golpe do falso pagamento envolve o envio de um comprovante de agendamento para a vítima desatenta que acredita que o valor foi efetivado. Sendo que nunca foi feita a transferência do valor. Atualmente temos uma vasta opções de pagamentos. Se o pagamento foi PIX, confirme no aplicativo do seu banco se o valor de fato está lá. Caso seja feito transações e compras por criptomoedas como bitcoins, veja no conversor de moedas, se o valor está correto e atualizado e a procedência da transação.
9. Vaga de emprego
10. Páginas Falsas
O golpe das páginas falsas (também conhecido como phishing) é mais um tipo de fraude cibernética famosa. Aqui o criminoso envia e-mails ou mensagens de texto contendo links para páginas falsas que parecem pertencer a empresas ou serviços conhecidos. Estas páginas falsas têm a aparência de serem genuínas e normalmente pedem aos usuários que forneçam informações pessoais como números de cartão de crédito, senhas ou detalhes bancários. Os dados fornecidos pelos usuários são então usados para roubar dinheiro ou realizar outras atividades ilegais.
DICAS PARA TER SEGURANÇA DIGITAL
Agora que você já entendeu como funcionam os principais golpes da internet, confira como se proteger dessas fraudes:
• Jamais clique em links de e-mails ou SMS enviados por desconhecidos.
• Sempre ligue para confirmar a veracidade de mensagens enviadas por empresas caso suspeite de algo.
• Não acredite em retorno financeiro garantido em investimentos. Todos os investimentos possuem riscos.
• Tenha cuidado ao fazer compras online e verifique a reputação do site ou vendedor.
• Mantenha seu antivírus atualizado.
• Desconfie de promoções ou descontos suspeitos e nunca compartilhe dados pessoais em sites desconhecidos.
• Não responda a mensagens ou e-mails suspeitos solicitando informações pessoais, ou financeiras.
• Evite compartilhar informações sensíveis em redes sociais.
• Seu banco nunca enviará e-mails pedindo dados pessoais.
• Utilize senhas fortes e únicas para cada conta.
• Fique atento a mudanças inesperadas na conta bancária ou cartão de crédito.
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