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Amazonas

Amazonas: ‘Maus Caminhos’ chega ao ponto mais alto, com nova operação da Polícia Federal

A investigação chega aos recebimentos de vantagens indevidas por um ex-governador que, por exercer o cargo de senador, poderia ter direito a foro por privilegiado.

A Polícia Federal (PF) no Amazonas informou que deflagrou, na manhã desta sexta-feira (19), a Operação Vertex, uma nova etapa da Operação Maus Caminhos, que investiga a prática de crimes de corrupção passiva, lavagem de capitais e pertinência a organização criminosa.

Estão sendo cumpridos nove mandados de prisão temporária, 15 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de bloqueios de contas de pessoas físicas e jurídicas (de aproximadamente 92,5 milhões de reais), sete mandados de sequestro de bens móveis e imóveis, expedidos pela Justiça Federal.

A operação é executada pela Polícia Federal nos Estados do Amazonas, Brasília e São Paulo.

A investigação foi desmembrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em razão dos indícios detectados de recebimentos de vantagens indevidas por um ex-governador que, por exercer o cargo de senador, poderia ter direito a foro por privilegiado.

O nome da Operação policial é sinônimo da palavra vértice e significa o ponto mais alto, o ápice, correspondendo ao alcance da investigação, que reuniu indícios robustos da prática de crimes pelo governador à época da criação da organização criminosa formada em torno do Instituto Novos Caminhos.

O governador, na época da criação do Instituto Novos Caminhos, usado nos desvios descobertos pela Operação Maus Caminhos, era Omar Aziz.Em julho do ano passado, o senador aproveitou a oficialização de sua pré-candidatura depois derrotada ao governo, para atacar e se defender com antecedência das denúncias na ‘Maus Caminhos’. Ao lado de Nejmi Aziz negou parentesco com Mouhamad Moustafa, falou do dano moral das acusações e sustentou: “Não tenho nada a ver com a Maus Caminhos”. Citou que está sendo inocentado das acusações que vem enfrentando. “Investigado fui, investigado serei e continuarei andando de cabeça erguida”, disse.

Nejmi Aziz, ex-primeira dama do Amazonas, foi citada como beneficiária do esquema da Manaus Caminhos pela delatora Jennifer Nayara Yochabel Rufino Corrêa da Silva, ex-presidente do Instituto Novos Caminhos. Jennifer afirmou que um carro de luxo – uma BMW – foi comprado pelo médico Mohamed Mustafá – principal operador dos desvios – para Nejmi. Além disso, Mustafá também teria comprado um terreno de propriedade da ex-primeira dama como forma de mascarar o repasse de propina, segundo Jannifer. A delatora também citou o ex-governador e senador Omar Aziz, em três ocasiões.

Em sua página no Facebook, Nejmi Aziz publicou, em sua última postagem, ontem, às 9h30: “Se você acredita que é capaz, ignore a opinião dos outros e siga em frente. Nem sempre é bom saber o que outros pensam. Vamo que vamo, Amigos”. Antes, ela havia postado: “Independente do que estiver sentindo, levante-se, vista-se e saia para brilhar. Confie em Deus e tudo se resolverá”. E, também: “Senhor, tem misericórdia de nós; pois em ti esperamos! Sê tu a nossa força cada manhã, nossa salvação na hora do perigo. (Isaías 33:2) Amém. Feliz e abençoado dia, Amigos”.

Segundo a PF, entre as vantagens indevidas de que se tem suspeita, teria acontecido entregas de dinheiro em espécie ou por meio em negócios simulados ou superfaturados, a fim de ocultar a entrega de dinheiro dissimulado por meio de contratos de aluguel e de compra e venda.

Desdobramento da Maus Caminhos

A investigação da operação está diretamente relacionada com as outras fases da Maus Caminhos, que são: ‘Custo Político’, ‘Estado de Emergência’ e a operação ‘Cashback’.

Na operação Custo político se apurou a prática de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e pertinência a organização criminosa. Todos praticados por cinco ex-secretários de estado, bem como diversos servidores públicos e o núcleo da organização criminosa desbaratada na primeira fase da operação.

Na operação ‘Estado de Emergência’ completava-se o núcleo político do poder executivo estadual, tendo alcançado um outro ex-governador, José Melo, que chegou a ser preso.

A operação Cashback investiu nas investigações do envolvimento de outras empresas em conluio, com a suspeita de que foram efetuados pagamentos embasados em notas fiscais falsas, sem a correspondente prestação de serviço, além de pagamentos por serviços superfaturados.

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