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Amazonas

Acusado de ‘omissão’ no combate ao desmatamento, governador do Amazonas promove evento internacional sobre meio ambiente

Reunião Anual da Força-Tarefa de Governadores pelo Clima e Florestas (GCF Task Force) terá a participação de mais de 300 autoridades, lideranças e convidados de 10 países.

Área desmatada na floresta.(Foto:Victor Moriyama)

Acusado pelo Ministério Público de Contas (MPC) de “omissão” no combate ao desmatamento ilegal, o governador do Amazonas, Wilson Lima, recebe hoje (16/03), em Manaus, líderes de vários estados e países na reunião anual da Força-Tarefa de Governadores pelo Clima e Florestas (GCF Task Force), que terá a participação de autoridades, lideranças e convidados de 10 países.

No ano passado, o MPC representou contra Wilson Lima, autoridades ambientais do Estado e prefeitos e ex-prefeito de municípios do interior para definição de responsabilidades por danos florestais, ambientais, climáticos e patrimoniais, “em decorrência da reiterada omissão de combate ao desmatamento ilegal no Amazonas, na porção florestal amazônica” nos municípios de Autazes, Pauiní, Tefé, Lábrea, Humaitá, Boca do Acre, Maués e Manicoré”.

Nas representações, o MPC diz que vem acompanhando o problema do desmatamento ilegal, “tendo em vista o crescimento exponencial dos índices de desflorestamento, a partir de 2019”, início do governo de Wilson Lima. E cita “ausência do Estado”, “falta de fiscalização ambiental” e “insuficiência de promoção de políticas de governança territorial e de desenvolvimento sustentável, quadro esse empiorado pela insuficiência de atuação concomitante da União, do Ibama, ICMBIO e do Incra”.

Diz ainda que, em 2020, tendo em vista os sucessivos recordes de desmatamento ilícito no Amazonas sem que houvesse aparato de polícia ambiental em campo, o TCE expediu alerta de responsabilidade ao governador Wilson Lima, “por insuficiência tanto de alocações orçamentárias assim como de ações operacionais efetivas dos órgãos executivos responsáveis pelo comando e controle e pelo desenvolvimento sustentável”.

O desmatamento da Amazônia em fevereiro foi ainda pior do que o estimado no começo de março, mostram os dados consolidados do INPE. O sistema mostrou que a floresta perdeu pouco mais de 198 km2 de vegetação, o maior valor para o mês de toda a série histórica (iniciada em 2015/2016). Mato Grosso (78,05 km2), Pará (48,79 km2) e Amazonas (40,49 km2), nesta ordem, foram os estados que registraram os maiores desmatamentos.

Dados apontam ainda que terras indígenas com presença de povos isolados estão entre as mais desmatadas em 2021.

Evento

O evento que começou hoje, 16/3, em Manaus, no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques, organizado pelo Governo do Estado, promete promover o debate sobre as mudanças climáticas e o desmatamento em Estados e províncias de florestas tropicais. A GCF Task Force é formado por 38 estados e províncias que cobrem mais de um terço das florestas tropicais do mundo, localizadas no Brasil, Colômbia, Costa do Marfim, Equador, Indonésia, México, Nigéria e Peru.

A programação se estende até o dia 18/3. A partir de amanhã é aberto ao público com a realização de quatro debates e ainda uma feira com produtos da bioeconomia amazônica.

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