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Senadores do Amazonas aparecem em lista com maiores valores de emendas liberadas até junho, aponta Veja

O montante de dinheiro empenhado, ou seja, reservado, até julho deste ano só não supera os valores de 2020 — ano em que eclodiu a pandemia (18,5 bilhões de reais) — e 2022, que foi ano eleitoral (21,9 bilhões de reais).

Diante de pautas importantes em votação no Congresso nos últimos meses, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu à velha tática de acelerar a liberação de emendas parlamentares para azeitar as relações com deputados e senadores. As informações são da coluna Maquiavel, da revista Veja. Na lista, aparecem os senadores pelo Amazonas, Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD).

É verdade que os cofres demoraram para abrir, mas, quando isso ocorreu, foi de forma generosa, diz a revista. Dos 16,3 bilhões de reais que o governo empenhou neste ano, mais da metade (8,6 bilhões de reais) foi em julho, em meio a votações — vitoriosas — de projetos de peso no Congresso. O montante de dinheiro empenhado, ou seja, reservado, até julho deste ano só não supera os valores de 2020 — ano em que eclodiu a pandemia (18,5 bilhões de reais) — e 2022, que foi ano eleitoral (21,9 bilhões de reais).

O fluxo de liberação se intensificou a partir de maio, quando a Câmara aprovou o arcabouço fiscal. Foi um momento em que, apesar da vitória, a articulação do governo no Congresso, feita pelo ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), começou a dar sinais preocupantes e passou a ser criticado abertamente por Arthur Lira. Na semana passada, os deputados aprovaram outros dois temas muito caros à equipe econômica: a reforma tributária e a volta do voto de desempate no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), última instância de julgamentos tributários.

Os triunfos vieram de forma tranquila, uma situação que não se desenhava no começo do ano, quando o governo tinha base pouco confiável mesmo após ter distribuído ministérios a nove partidos. “Os parlamentares valorizam mais as emendas, e os partidos valorizam os ministérios”, resume o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Aliados de Lula afirmam que os repasses seguem a “impositividade” das emendas e prazos previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A reserva dos recursos bilionários atendeu especialmente partidos do Centrão, grupo numeroso de deputados que é o fiel da balança em votações na Câmara e abarca siglas de oposição e independentes, como PL, PP, União Brasil e Republicanos, e legendas governistas, como PSD e MDB. Das emendas empenhadas até julho, estas legendas somam cerca de 8,3 bilhões de reais.

Em uma carta a deputados do PL nesta semana, em que tentou jogar água na fervura da bancada do partido, Valdemar Costa Neto fincou pé na oposição, mas defendeu a negociação de emendas com o governo. Entre os deputados do PL, Josimar Maranhãozinho (MA) foi um dos que mais se beneficiou, com 32,1 milhões de reais liberados. Uma investigação da PF em 2021 flagrou Maranhãozinho manuseando maços de dinheiro vivo que, suspeita-se, tenha sido desviado de emendas à Saúde em seu estado.

Segundo a coluna da Veja, o próprio Arthur Lira também teve um montante expressivo liberado (29,3 milhões de reais), assim como os relatores da reforma tributária na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), com 24,2 milhões de reais, e no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), com 59 milhões de reais.

Entre os senadores, a ex-senadora Eliane Nogueira (PP-PI), mãe do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que exerceu o mandato dele como suplente enquanto o filho comandava a Casa Civil de Bolsonaro, igualou Braga como a parlamentar com maior valor em emendas empenhadas neste ano. Como a liberação dos recursos pode incluir emendas de parlamentares já fora do mandato, nove ministros do governo tiveram 216 milhões de reais comprometidos para repasses às suas bases.

Veja abaixo os parlamentares que mais tiveram recursos de emendas liberados pelo governo neste ano, até julho:


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