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Brasil

Número de vistos negados pelos EUA a brasileiros cresce 45% em um ano

Taxa de negativas, que chegou perto de 3% até 2014, fechou o período de 2018/2019 em 18,5%

As negativas de vistos de turismo dos Estados Unidos a brasileiros cresceram 45%, entre outubro de 2018 e setembro de 2019, em relação ao mesmo período dos anos anteriores (2017/2018), chegando a 18,5% – o maior índice dos últimos 14 anos. A informação é da agência Reuters, que cita dados do Departamento de Estado norte-americano.

A taxa de negativas de vistos a brasileiros estava em, aproximadamente 13% em 2006. Após sucessivas quedas, chegou a cerca de 3% em 2012, mantendo-se nessa média até 2014. No ano seguinte, subiu para 5,4%.

O salto, no entanto, começou em 2016, quando alcançou 16,7% . Uma fonte, ligada ao governo brasileiro, que acompanha a situação dos imigrantes disse à Reuters que o aumento foi causado pela soma de um ano eleitoral nos EUA em que a política de imigração já era um tema central e a sensação, entre os brasileiros, de que, com o fim do governo do democrata Barack Obama, a situação ficaria mais difícil. “Acredito que o que aumentou não foi tanto o número de brasileiros tentando emigrar, mas sim o rigor das autoridades locais. Temos aqui uma clara intenção dissuasória”, avaliou a fonte.

Em 2017 e 2018, os vistos recusados ficaram um pouco acima de 12%, para então saltarem para os 18,5% atuais.
O endurecimento da política migratória do governo norte-americano não atingiu apenas o Brasil. Os dados obtidos pela Reuters mostram, por exemplo, que o percentual de vistos negados a cidadãos chilenos passou de 2,4% em 2014 para 13,7% em 2015 e continuou subindo. Em 2019, chegou a 15,3%.

O México saiu de 15,6% de vistos negados, em 2014, para 20,2% em 2015 e chegou a 26,7% em 2019. O movimento é o mesmo em praticamente todos os países em desenvolvimento e emergentes listados pelo Departamento de Estado.

O Itamaraty estima que cerca de 1,7 milhão de brasileiros vivam nos Estados Unidos hoje, entre regularizados e aqueles que estão lá irregularmente. Apesar de parecer alto, o número é pequeno na comparação com outros grupos de imigrantes. Dados do Bureau do Censo norte-americano apontavam, em 2016, o Brasil apenas como o 20º país com maior número de cidadãos vivendo nos EUA.


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