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Brasil

Organização internacional repudia declaração de Bolsonaro sobre jornalista

International Women’s Media Foundation ressaltou que os profissionais devem fazer seu trabalho sem medo de retaliação

A International Women’s Media Foundation, organização que para fortalecer o trabalho de mulheres jornalistas no mundo, emitiu nota de repúdio à ofensa que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, dirigiu à repórter da Folha de S. Paulo Patrícia Campos Mello, ontem (18). Além da entidade, que tem sede nos Estados Unidos, outras associações já haviam se manifestado contra o comentário de Bolsonaro e em solidariedade à jornalista.

A diretora-executiva da organização, Elisa Lees Muñoz, disse estar “profundamente preocupada” com a jornalista e pediu que as autoridades brasileiras “cessem os ataques imediatamente”. “Jornalistas devem poder fazer seu trabalho sem medo de retaliação”, ressaltou.

Bolsonaro gerou indignação ao fazer uma declaração, com insinuação sexual relacionada a Patrícia, durante entrevista, ontem, em frente ao Palácio da Alvorada. A jornalista apurou informações sobre o disparo de mensagens em massa e fake news durante a campanha eleitoral de 2018 . “Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse, rindo.

A Folha, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) reagiram à fala do presidente. “Um absurdo tão grande que estou perplexo. Ele autoriza a política de bullying que os seus seguidores buscam estabelecer nas redes sociais. Na verdade quer intimidar as mulheres, os indígenas, os negros e toda e qualquer minoria que busque ter voz no nosso país. É o mau-caratismo institucionalizado. Não é normal, não é aceitável”, disse Santa Cruz.


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