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Amazonas

Superintendente do DNIT diz que pontes que colapsaram na BR-319, no Amazonas, só devem voltar a funcionar em 2024

Até lá, informou Luciano Filhos, serão construídas pontes provisórias em estrutura metálica e de madeira para que os carros possam trafegar com mais comodidade.

Ponte desabou sobre o rio Curuçá. (Foto: Reprodução)

O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Amazonas, Luciano Moreira de Souza Filho, disse, nesta terça-feira (13/06), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), acreditar que até meados do primeiro semestre de 2024 as pontes, que colapsaram na BR-319 (Manaus-Porto Velho) em 2022, estejam em pleno funcionamento.

Até lá, informou Luciano Filhos, serão construídas pontes provisórias em estrutura metálica e de madeira para que os carros possam trafegar com mais comodidade. Ele afirmou, ainda, que o contrato com a empresa Amazônia Navegações Ltda., para operacionalização da balsa dos rios Autaz Mirim e Curuçá, chegará ao fim em outubro e não será renovado.

“As travessias deram muitos problemas e o contrato não deve ser renovado. Vamos aproveitar a vazante e construir pontes semi-permanentes. São rápidas de construir porque é metade metálica e metade de madeira. Pretendemos que até outubro elas estejam construídas. Terá uma mão, no ‘sistema do pare e siga’, e, embora não resolva, irá melhorar o tráfego. Vai ser mais rápido do que atual travessia por balsa. A reconstrução das pontes encontrou atrasos principalmente o na remoção dos escombros por causa da cheia e a correnteza. Mas na vazante vamos ter condições de resolver essa parte que é fundamental para a realização dos projetos que estão em fase de finalização”, disse.

O superintendente participaou de uma audiência na Aleam, para explicar a situação das pontes que desabaram na BR-319 aos deputados. O presidente da Casa, deputado estadual Roberto Cidade (UB), cobrou, formalmente, que o DNIT encaminhe mensalmente informações sobre as atividades em curso para recuperação do tráfego na via.

“Desde o início desta Legislatura apresentamos diversos requerimentos para que o DNIT estivesse aqui conosco e essa cobrança não era só nossa, dos deputados estaduais, mas dos representantes e da população dos municípios de Autazes, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Nova Olinda do Norte e Manaquiri, que estão sendo diretamente afetados por essa situação que se arrasta há nove meses”, disse Cidade.

De acordo com o presidente da Aleam, “são 120 mil pessoas que circulam, mensalmente, pela rodovia e que precisam da plena recuperação da trafegabilidade. Uma das medidas que acordamos aqui é que a partir de agora será enviado um relatório mensal sobre os avanços dos serviços de recuperação. Nosso intuito é de contribuir, mas sobretudo de resguardar o direito do cidadão de trafegar com tranquilidade e conforto, o que hoje não acontece”.

Cidade reforçou ainda que o interesse da Aleam com a audiência é, além de cobrar, promover o diálogo que resulte em melhorias para as pessoas que estão sendo prejudicadas com a demora na resolução do problema. Conforme o parlamentar, é inadmissível que as obras tenham início efetivo apenas em outubro quando nesse período era pra estarem sendo finalizadas.

“O DNIT nos deu informações que não nos deixam satisfeitos; ao contrário, nos deixam preocupados. Era para essas pontes serem entregues em outubro e o que eles afirmaram aqui é que só em outubro é que as obras serão iniciadas. Os municípios estão tendo perda de receita, as pessoas estão fazendo a travessia de uma forma caótica porque a empresa que lá está prestando um serviço de forma precária.”, declarou.

Segundo o deputado, “impressiona a falta de organização, de planejamento e de respeito com a população do estado do Amazonas. Os acidentes aconteceram há nove meses e a ponte que eles vão construir agora ainda é de forma paliativa, vai ser só de uma mão. Vai melhorar? Vai. Mas não resolve. Temos um transporte multimodal muito diferente dos outros estados e a falta dessas pontes tem prejudicado sobremaneira a todos”.

O representante do município de Careiro Castanho, James Corina, afirmou que a trafegabilidade, hoje, na BR-319 remonta há 30 anos, quando as dificuldades eram tremendas. Responsável pelo transporte de pacientes de hemodiálise do Careiro Castanho para Manaus, James disse que vencer os desafios para trazer os pacientes para a capital é desgastante para todos, sobretudo, porque são constantes os dias em que as balsas e empurradores ficam inoperantes por inúmeros motivos.

“Hoje, se você quiser vir pra Manaus tem que passar a noite acordado, sobressaltado, porque você fica preocupado se vai perder a hora da balsa ou não. Todos os dias transporto pacientes de hemodiálise para Manaus e é sempre uma luta contra o tempo, contra os problemas. É combustível que não tem, peça da balsa que quebra ou o cabo de aço que dá o suporte pra balsa que rompe. O paciente vem pra Manaus pelo menos três vezes na semana e se ele perder um dia corre o risco de morrer. Sem contar que hoje a gasolina no Careiro Castanho custa R$ 7,00 o litro, o alimento está mais caro, tudo está mais caro porque está difícil de chegar. É muito triste e revoltante estarmos nessa situação”, denunciou.


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