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Amazonas

Operação da PF busca documentos sobre a chacina no rio Abacaxis, no Amazonas

A ação policial está sendo realizada no município de Nova Olinda do Norte (a 134 quilômetros de Manaus) para solucionar o assassinato de 8 pessoas.

Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte. (Foto:Reprodução)

A Polícia Federal (PF) realizou uma operação em Nova Olinda do Norte, na calha do Rio Madeira, no Amazonas, nesta segunda-feira (05/06), para cumprir mandados na investigação do chamado “Massacre do Rio Abacaxis”. Um hotel, que segundo a investigação foi usado por policiais militares para torturar uma das vítimas, e uma casa, do mesmo empresário, foram alvos dos agentes.

A PF investiga policiais militares suspeitos de matar cinco pessoas, entre indígenas e ribeirinhos, desaparecer com dois corpos e torturar moradores de comunidades próximas à cidade de Nova Olinda do Norte, em agosto de 2020. A chacina, no Rio Abacaxis, deixou pelo menos oito mortos.

Nesta segunda-feira, os agentes da PF entraram na casa do dono do hotel às 6h da manhã. No imóvel, os policiais encontraram mais de R$ 100 mil em espécie.

A investigação concluiu que o proprietário do local entregou aos agentes imagens adulteradas de câmeras de segurança, que não mostram as agressões praticada por policias militares.

“Num primeiro momento, a PF requisitou o circuito CFTV, o HD; requisitou quem se hospedou naquele momento e requisitou os funcionários que estavam no hotel. Houve a recusa do não cumprimento das requisições. Não informaram quem estava hospedado naquele momento e quando houve a entrega do HD. Aparentemente, segundo a perícia, objetivamente analisando, o HD, nunca foi posto no circuito fechado”, disse o delegado federal Jonatan Simas ao G1 Amazonas.

Nesta segunda, a PF apreendeu todos os HDs dos computadores do hotel e espera recuperar as imagens.

Ao todo, a Justiça expediu sete mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão empresários e um advogado suspeitos de participar da farsa.

Segundo a PF, em julho de 2020, o então secretário executivo do Governo do Amazonas, Saulo Rezende Costa, foi baleado no braço após tentar entrar com uma lancha particular em uma área proibida para pesca esportiva, em Nova Olinda do Norte.

Dias depois, quatro policiais militares à paisana foram até o local na mesma lancha para prender os atiradores. Houve confronto e dois policiais morreram.

Na época, o Governo do Amazonas anunciou uma grande operação na região. O ex-secretário de Segurança-Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, e o coronel da Polícia Miltiar, Airton Norte, foram à Nova Olinda do Norte com o objetivo de desarticular a quadrilha que aterrorizava os moradores.

Famílias de onze comunidades relataram ter sofrido tortura para revelar o paradeiro dos assassinos dos policiais.

Em abril deste ano, Bonates e Norte foram indiciados pela Polícia Federal como mandantes do massacre.


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