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Economia

Amazônia: Brasil volta a estudar construir usina binacional com Bolívia inspirada em Itaipu

Em 2007, o governo federal informou que estava disposto a negociar uma parceria com a Bolívia para construir novas hidrelétricas em território boliviano e na região da fronteira.

O Brasil estuda construir uma usina hidrelétrica binacional com a Bolívia no Rio Madeira, acima do município de Guajará-Mirim (RO), contando com experiência e investimentos de Itaipu. A possibilidade foi comentada nesta sextafeira (14) pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, durante solenidade de comemoração da geração recorde de 2,7 bilhões de megaWatts/hora (MW/h) produzidos desde o início de sua operação, em 1984.

“Ela [a nova usina] vai ser necessária. Itaipu pode servir de referência, inclusive de relações [internacionais], que é uma construção de longo prazo. Itaipu pode ajudar muito se for tomada essa decisão. A previsão é que sejam duas hidrelétricas, de 5 mil MW a 6 mil MW (no total). O Brasil precisa de energia segura”, disse Luna.

Em termos de comparação, Itaipu tem potência de 14 mil MW. Segundo o general, Itaipu poderia ser o agente brasileiro na futura usina binacional com a Bolívia. “Se houver isso aí, Itaipu tem muito a contribuir. Na hora em que for decidido, estamos prontos. Havendo essa demanda, Itaipu está em condições de se debruçar sobre essa hipótese. A interconexão energética do continente é irreversível, é questão de tempo”, comentou.

Dentro de três anos, Itaipu terá quitada a dívida para a construção da usina, o que vai liberar cerca de US$ 2 bilhões por ano, metade para o Paraguai e metade para o Brasil, que passará a contar com US$ 1 bilhão para investimentos. O dinheiro, segundo o general, poderia ser aplicado na construção da usina binacional, se for o caso, ou em melhorias na usina de Itaipu.

O diretor-técnico executivo de Itaipu, Celso Villar Torino, estimou em cerca de US$ 5 bilhões o valor de construção da usina binacional com a Bolívia, tomando-se em conta o valor das grandes usinas recentes. “Teria que fazer uma análise detalhada do local, mas as grandes usinas, como referência, custaram cerca de US$ 5 bilhões. O Brasil tem mercado crescente [de energia]. Uma hidrelétrica de 5 mil MW a 6 mil MW, não há dúvida, que o país tem mercado para absorver”, disse Torino.

Projeto antigo

Em 2007, o governo federal informou que estava disposto a negociar uma parceria com a Bolívia para construir novas hidrelétricas em território boliviano e na região da fronteira. Segundo a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, a construção em parceria de usinas estava em uma pauta da reunião do governo brasileiro com o presidente boliviano à época, Evo Morales.

Ela citou como exemplo de parceria a possível construção de uma hidrelétrica a aproximadamente 180 quilômetros da fronteira, em território boliviano, em um local chamado Cachuela Esperanza (Cachoeira Esperança), no rio Beni. Esse rio, quando se junta ao rio Mamoré, forma o rio Madeira. Essa usina poderia gerar aproximadamente 800 MW.

Outra possibilidade, anunciada à época, seria a construção de uma usina binacional, como a de Itaipu, no rio Mamoré, que faz divisa entre o Brasil e a Bolívia, no Estado de Rondônia. Essa usina ficaria entre as cidades de Guajará-Mirim e Abunã e teria capacidade para gerar cerca de 3.000 MW.


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