Amazonas
Amazonas registra 230 casos de esporotricose neste ano, doença causada por fungo
A doença é causada pelo fungo Sporothrix, que pode ser encontrado naturalmente em solo, madeira e plantas..
O Amazonas registrou, entre janeiro a novembro deste ano, 230 casos de esporotricose, doença causada pelo fungo Sporothrix, que pode ser encontrado naturalmente em solo, madeira e plantas. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
A esporotricose é uma doença infectocontagiosa que pode afetar humanos ou animais, como cães e gatos.
Sintomas
De acordo com a FVS-RCP, os sintomas começam com o aparecimento de feridas na pele, como vermelhidão semelhante às de picada de mosquito.
As feridas podem até afetar os pulmões, em casos mais graves, com o surgimento de tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre.
Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos de tuberculose.
Casos no Amazonas
Dos 230 registros de pessoas com esporotricose no Amazonas, 225 são em Manaus, 3 em Iranduba, 1 em Presidente Figueiredo e 1 em Juruá. Os dados foram consolidados pela FVS-RCP.
Risco em animais
Segundo a FVS, entre os mais afetados pela esporotricose estão os gatos, que podem transmitir a doença para humanos por meio de arranhões ou mordidas, principalmente os que vivem na rua e entram em contato com solo e tronco de árvores contaminados mais constantemente em relação aos animais que vivem em casa.
Nos felinos, as feridas são concentradas na região da face do animal e das patas. O contato com o fungo para o cuidador desse animal ocorre se a garra ou boca do felino estiver contaminada, quando o gato arranha ou morde, mesmo brincando.
“Uma orientação importante é que esses gatos devem ser diagnosticados e tratados. Se esse gato doente foge, abandonando a casa para se isolar na área verde, a tendência dele é morrer sozinho. E quando ele morre, a carcaça se decompõe, mas o fungo permanece, infiltrando no solo e contaminando o ambiente”, destaca Deugles Cardoso, gerente de Zoonoses da FVS-RCP.
Como se proteger
A principal medida de prevenção é evitar a exposição direta ao fungo.
Em trabalhos que envolvam o manuseio de material proveniente de solo e plantas, a orientação é usar luvas e roupas de mangas longas e calçados. Qualquer manipulação de animais doentes deve ser realizada com o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Tratamento
O tratamento deve ser realizado após avaliação clínica com orientação e acompanhamento médico. Os animais podem ser encaminhados ao centro de controle de zoonoses municipal. Diante da suspeita de animais doentes e que vivem na rua, a orientação é que os moradores informem o centro de controle de zoonoses para que seja realizada a captura do animal.
No Amazonas, o diagnóstico de animais e humanos é realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do estado (Lacen-AM), integrante da FVS-RCP. Os casos são tratados nas unidades de saúde das Secretarias Municipais de Saúde.
Em Manaus, os suspeitos de esporotricose humana podem ser encaminhados para a Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) ou Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham).
As orientações técnicas estão disponíveis na Nota Técnica Conjunta nº 32/2022, que define o fluxo de notificação, diagnóstico, manejo clínicos e vigilância epidemiológica da esporotricose humana e animal no Amazonas.
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