Amazonas
AM tem surto de infecções com a infestação do Aedes aegypti, diz agência
45 municípios estão em situação de alerta. Em São Gabriel da Cachoeira, onde o estado promovia ações para auxiliar no combate ao mosquito, o último Índice de Infestação Predial estava em 6,9.
As equipes de endemia do Amazonas e dos municípios do estado percorrem os bairros com históricos de maior incidência de infestação do mosquito Aedes aegypti. Assessor técnico da Fundação de Vigilância em Saúde do governo estadual, Heine Teixeira disse que a Secretaria de Saúde (Susam) faz um trabalho de prevenção às infecções que chegam com as chuvas, por meio de boletins e orientações para que os locais de focos do inseto sejam vistoriados. As informações são da Agência do Rádio.
Mesmo assim, 45 municípios estão em situação de alerta. Em São Gabriel da Cachoeira, onde o estado promovia ações para auxiliar no combate ao mosquito, o último Índice de Infestação Predial estava em 6,9, enquanto o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti, o Lira , batia em 7,1. Os números são altíssimos para os padrões usados em todo o Brasil pelo Ministério da Saúde, o que faz com que a união entre cidadãos e governo seja fundamental.
“A principal ação que a gente tem aqui dentro do município é a destruição dos criadouros. A visita diária dos agentes nas residências. Depois que aparecerem os primeiros casos, é muito difícil controlar. Se você não fizer uma ação conjunta dentro dos municípios com a sociedade, a população e a Secretaria de Limpeza, a gente não tem êxito”, disse Teixeira.
O mês de novembro trouxe o início das chuvas no Amazonas, o que cria mais locais de águas paradas e aumenta a incidência do Aedes aegypti. Nesse período, a Fundação de Vigilância em Saúde intensifica as visitas. São Gabriel da Cachoeira, Guajará e Tabatinga formam os 3 municípios com maior crescimento dos números de notificações para dengue. Apenas em São Gabriel da Cachoeira, foram 166% a mais de casos em relação a 2018.
Uma das pessoas de São Gabriel da Cachoeira que teve que lidar com a doença foi o próprio gerente de controle de endemias do município, Teotônio Luciano de Oliveira. Apesar de morar no centro, ele indica que não é possível determinar se foi infectado pelo mosquito perto de casa. Segundo o agente de 49 anos, o nível de infestação é tão alto que ele pode ter sido picado em qualquer lugar da cidade.
Quando começou a apresentar os sintomas, chegou a pensar que poderia ser malária, outra doença com alta incidência no estado. As duas causam dor de cabeça e no corpo, além de febre. Depois que o exame para a malária veio negativo, Oliveira teve a confirmação da dengue. Foram 7 dias para se recuperar. Preocupado com reincidências, Teotônio deixa um recado para os conterrâneos.
“A população tem que ter educação, porque lixo é a principal fonte de criação do mosquito. Se a pessoa não cuidar do lixo primeiramente, é um fator que vai contribuir para que se insira o Aedes aegypti. E isso prejudica outras pessoas. O fator principal é a educação da população, para que isso tenha um fim e possamos acabar com ele”, disse.
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas manterá as ações para diminuir a incidência das doenças transmitidas pelo mosquito durante o período das chuvas. Já faz visitas aos domicílios em bairros com maiores quantidades de infecções e de registros do Aedes aegypti. Eles procuram por águas acumuladas, onde os insetos podem procriar e colocar ovos. Além disso, fornecem atendimento para quem pegou alguma das doenças e tentam conscientizar os cidadãos sobre os usos e o armazenamento de água nos lotes.
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