Amazonas
1ª entrevista de candidato ao JN relembra ao País mortes pela falta de oxigênio em Manaus
Em janeiro de 2021, Jair Bolsonaro disse que o problema deveria ter sido previsto e resolvido pelo governador Wilson Lima.
Em entrevista com os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, no Jornal Nacional, na Rede Globo de Televisão, nesta segunda-feira (22/08), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, respondeu sobre o colapso na saúde ocorrido em Manaus em janeiro de 2021, que matou dezenas de pessoas, por falta de oxigênio medicinal: “Fizemos a nossa parte em Manaus. Não faltou de nossa parte recursos bilionários para governadores e prefeitos enfrentarem a Covid”.
A falta de oxigênio medicinal em Manaus foi um dos piores momentos da gestão do governador Wilson Lima (UB), provocou a morte de vários pacientes de covid-19 e obrigou a remoção de dezenas para outros Estados, e chocou o Brasil e outros países ao mostrar pessoas morrendo por asfixia. A crise do gás chegou às manchetes na 5a feira (14.jan.2021), mas já era do conhecimento dos governos federal e estadual e da empresa responsável pelo fornecimento ao Estado dias antes de eclodir. O resultado trágico revelou falta de coordenação e decisões erradas de autoridades que menosprezaram o perigo da pandemia e de uma nova cepa do vírus, mais transmissível, em circulação na capital manauara.
Em janeiro de 2021, Jair Bolsonaro, ao comentar que Manaus estava um caos e a população estava morrendo asfixiada por falta de oxigênio, disse que o problema deveria ter sido previsto e resolvido pelo governador Wilson Lima. “O governo estadual e municipal deixou acabar o oxigênio. É (gente) morrendo asfixiado. Imagine você morrendo afogado. Fomos pra lá… ele interferiu. Tão falando já que ele interferiu. Então vão deixar o pessoal morrer?”, questionou.
A falta do insumo causou diversas mortes. Na corrida por salvar pacientes internados, familiares tentavam comprar cilindros de oxigênio por conta própria. O cenário afetou, também, as unidades privadas e o atendimento a pacientes que se tratavam em casa.
Durante a entrevista, o presidente afirmou a Renata Vasconcellos que em menos de 48h o fornecimento de oxigênio medicinal foi retomado em Manaus e foi refutado por Renata Vasconcelos, que o informou que a cidade só recebeu os insumos 9 dias depois.
Renata Vasconcellos perguntou: “Candidato, mas as medidas socioeconômicas importantíssimas, elas foram adotadas por governos no mundo inteiro
justamente para sustentar o fique em casa no pico da pandemia, fique em casa se puder, para que as pessoas pudessem proteger a própria vida e, ao mesmo tempo, receber o amparo econômico, para evitar o colapso dos hospitais, aliás, como nós vimos em Manaus, pessoas morrendo com falta de oxigênio por um erro de logística e gestão do seu ministro da saúde”.
Jair Bolsonaro respondeu: “Negativo, negativo. Em menos de 48 horas estavam chegando já cilindros lá em Manaus. Lá foi uma coisa atípica, anormal, que aconteceu de uma hora para outra. Menos de 48 horas, cilindros começaram a chegar em Manaus de alguns pontos do Brasil. Fizemos a nossa parte em Manaus. Não faltou de nossa parte recursos bilionários para governadores e prefeitos enfrentarem a covid. Construí hospitais de campanha, então fizemos a nossa parte. Raros países do mundo que fez algo melhor do que nós fizemos. E o resultado, até a OMS reconhece isso daí. Fizemos a nossa parte”.
Renata Vasconcellos retomou: “O fato é que Manaus ficou mais de uma semana, nove dias, sem receber o apoio das pessoas com falta de oxigênio nos hospitais”.
Jair Bolsonaro respondeu: “Não é verdade, isso. Não é verdade”.
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