Brasil
Entidades religiosas pedem que autoridades brasileiras ajam para acabar com violência na Região Amazônica
Em carta aberta, lideranças sustentam ainda que uma “rede criminosa” pode estar por trás dos assassinatos.
Lideranças religiosas de diferentes entidades divulgaram uma carta aberta para cobrar empenho das autoridades na elucidação dos assassinatos do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. O documento pede ainda que a classe política adote as medidas necessárias para interromper a violência Amazônia.
O documento é assinado por representantes das seguintes organizações: Religiões Pela Paz Brasil, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), Aliança Cristã Evangélica Brasileira (ACEB) e Confederação Israelita do Brasil (CONIB). Na contramão do que diz a Política Federal, que a princípio descartou que haja mandantes para o crime, as entidades que assinam a carta sustentam que uma “rede criminosa” pode estar por trás dos assassinatos.
“Queremos, nesta ocasião, pedir, respeitosamente, a todos os senhores, como autoridades das mais altas esferas públicas do estado brasileiro, submissos ao intransigível dever de defender nossa Constituição, o estado de direito e a vida, que envidem todos os esforços necessários para que a rede criminosa que planejou, financiou e executou esses assassinatos seja prontamente identificada e punida, na forma da lei, de modo exemplar, para que se interrompa essa escalada de violência na Amazônia”, diz trecho da carta.
As lideranças religiosas requerem ainda que a classe política atue “conjuntamente” para a adoção de medidas que tenham como finalidade proteger os povos indígenas, as comunidades locais e os defensores da floresta amazônica, “como os jornalistas, cientistas, servidores públicos e lideranças sociais que atuam na região”. “Nesse sentido, consideramos fundamental fortalecer o policiamento na região para desmantelar as redes criminosas que ali operam, tanto as envolvidas com o narcotráfico, o garimpo ilegal, e a exploração predatória da biodiversidade. Entendemos que, para isso, é necessário reestruturar os órgãos públicos como a Funai, o Ibama e o ICMBio e fortalecer os órgãos de segurança pública”, completa.
A carta tem como destinatários Luiz Fux, Presidente do Supremo Tribunal Federal,Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, Humberto Eustáquio Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça,Anderson Torres, ministro da Justiça Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente, além de Márcio Nunes de Oliveira, diretor Geral da Polícia Federal.
Ao fazer duras críticas às autoridades do país, as entidades dizem que as medidas sugeridas na carta “são viáveis de serem implementadas”. “Para tanto, é preciso tão somente comprometimento político e institucional para assegurar a plena garantia da proteção da floresta e dos povos originários, pois os senhores estão amparados pela Constituição Federal e pela sociedade brasileira para empreender essa urgentíssima tarefa. Os senhores têm não só a investidura pública, mas sobretudo a oportunidade histórica de mudar o rumo e as perspectivas da Amazônia e seus povos”, cobra o documento, finalizando:
“Queremos, por fim, manifestar nossa solidariedade aos familiares e amigos de Bruno e Dom e esperamos que a qualidade da resposta dos senhores ao clamor que a sociedade brasileira vem fazendo por justiça possa representar um consolo para as famílias enlutadas e uma esperança concreta de proteção para as milhares de pessoas que estão hoje, na Amazônia, na mira desses poderosos criminosos”.
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