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Amazonas

CNN: Suspeito que confessou crime diz que não houve mandante, segundo fontes da Polícia Federal

Em depoimento, suspeito afirmou que os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips teriam sido cometidos “fortuitamente”

Fontes da Polícia Federal disseram à CNN que, em depoimento, Amarildo da Costa de Oliveira, preso no último dia 7, afirmou que os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips teriam sido cometidos “fortuitamente”, como se não tivessem sido planejados, e não haveria um mandante.

Na quarta-feira (15), a PF informou que Amarildo confessou ter participado do assassinato da dupla e apontou o local em que havia enterrado os corpos. Ele ainda confirmou aos agentes que os corpos foram esquartejados e incinerados. As autoridades ainda aguardam perícia nos remanescentes encontrados na região para confirmar que os restos mortais são de Pereira e Phillips.

Amarildo também teria dito, no depoimento, que existem outras duas pessoas que teriam participado do crime – uma teria ajudado a ocultar os corpos, e outra teria atirado. No entanto, Amarildo nega que o irmão, Oseney da Costa de Oliveira, que também está preso, tenha participação, ainda de acordo com o que fontes da PF disseram à CNN.

Questionado sobre a motivação do crime, segundo o relato das fontes, ele admitiu que Pereira e Phillips foram assassinados por conta de denúncias sobre pesca ilegal de pirarucu na região.

O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes, afirmou à CNN nesta quinta-feira (16) que trabalha com a hipótese de cinco suspeitos investigados no desaparecimento.

Equipes de busca estão no local nesta quinta-feira para resgatar o barco que foi usado por Phillips e Pereira e que foi ocultado pelos suspeitos.

Há ainda duas novas ordens de prisão, que podem ser expedidas ainda nesta quinta, segundo as fontes.

ONU

O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU (ACNUDH) divulgou nesta quinta-feira (16) uma nota lamentando as revelações sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, no Vale do Javari, na Amazônia.

Na quarta-feira (15), o suspeito Amarildo Oliveira Costa disse que participou do assassinato da dupla. A Polícia Federal investiga o envolvimento de cinco pessoas.

No comunicado, o ACNUDH considerou o episódio um “ato brutal de violência”.

“Lamentamos profundamente a informação sobre o assassinato de Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira. Expressamos nossas profundas condolências às suas famílias. Este brutal ato de violência é terrível e apelamos às autoridades estatais para que assegurem que as investigações sejam imparciais, transparentes e exaustivas, e que seja prestada reparação às famílias das vítimas.”

A entidade fez um apelo para que as autoridades brasileiras reforcem a proteção aos povos indígenas.

“Fazemos um apelo para que as autoridades brasileiras aumentem seus esforços para proteger os defensores dos direitos humanos e povos indígenas de toda as formas de violência e discriminação por atores do ligados ou não ao Estado, e que tomem medidas para prevenir e proteger territórios indígenas de ações ilegais.”


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